O petróleo caminha para o terceiro mês consecutivo de queda, com o dólar e a oferta da OPEP+ pressionando o mercado
Os preços do petróleo caminhavam para o terceiro mês consecutivo de queda, recuando nesta sexta-feira devido à valorização do dólar americano, dados fracos da China e ao aumento da oferta dos principais produtores globais.
Às 07:08 (horário de Brasil), os contratos futuros do petróleo Brent estavam em queda de 38 centavos, ou 0,6%, cotados a US$ 64,62 o barril, enquanto o petróleo bruto West Texas Intermediate dos EUA estava a US$ 60,19 o barril, também em queda de 38 centavos, ou 0,6%.
O dólar americano estava próximo de suas máximas em três meses em relação às principais moedas, encarecendo a compra de commodities cotadas em dólares, como o petróleo.
Entretanto, fontes disseram à Reuters que a Arábia Saudita, maior exportadora de petróleo do mundo, pode reduzir o preço do petróleo bruto para dezembro para compradores asiáticos a mínimas de vários meses devido à ampla oferta, o que demonstra um tom pessimista.
O preço do petróleo também caiu depois que uma pesquisa oficial mostrou que a atividade industrial da China encolheu pelo sétimo mês consecutivo em outubro.
Tanto o Brent quanto o WTI devem cair cerca de 3,5% em outubro, com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os principais produtores não pertencentes à OPEP aumentando a produção para ganhar participação de mercado.
Um aumento na oferta também irá amenizar o impacto das sanções ocidentais que interrompem as exportações de petróleo russo para seus principais compradores, China e Índia.
A OPEP+ está inclinada a um aumento moderado da produção em dezembro, disseram pessoas familiarizadas com as negociações antes da reunião do grupo no domingo.
Os oito membros da OPEP+ aumentaram as metas de produção em mais de 2,7 milhões de barris por dia – ou cerca de 2,5% da oferta global – por meio de uma série de aumentos mensais.
Entretanto, as exportações de petróleo bruto da Arábia Saudita, principal exportadora, atingiram o maior patamar em seis meses, chegando a 6,407 milhões de barris por dia em agosto, segundo dados da Joint Organizations Data Initiative.
Um relatório da Administração de Informação Energética dos EUA também mostrou uma produção recorde de 13,6 milhões de barris por dia na semana passada.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na quinta-feira que a China concordou em iniciar o processo de compra de energia americana, acrescentando que uma transação em larga escala, envolvendo a compra de petróleo e gás do Alasca, poderá ocorrer.
No entanto, os analistas permaneceram céticos quanto à possibilidade de o acordo comercial EUA-China impulsionar a demanda chinesa por energia americana.
Matéria publicada na Reuters, no dia 31/10/2025, às 04:18 (horário de Brasília)