Petróleo estável após avanços nas negociações sobre paralisação do governo nos EUA, mas preocupações com excesso de oferta persistem
Os preços do petróleo subiram ligeiramente nesta segunda-feira, com os investidores avaliando um possível fim da paralisação do governo dos EUA e preocupações com o excesso de oferta no mercado de petróleo bruto.
Os contratos futuros do petróleo Brent subiram 31 centavos, ou 0,49%, para US$ 63,94 o barril às 10:00 (horário de Brasília). O petróleo bruto West Texas Intermediate dos EUA estava cotado a US$ 60,05 o barril, alta de 30 centavos, ou 0,5%.
No domingo, o Senado dos EUA avançou com uma medida destinada a reabrir o governo federal e encerrar uma paralisação que já dura 40 dias, a qual afastou funcionários federais, atrasou a ajuda alimentar e causou transtornos no tráfego aéreo.
O primeiro passo dos legisladores americanos para encerrar a paralisação do governo contribuiu para o retorno do apetite por risco nos mercados, afirmou Tamas Varga, analista da PVM.
Analistas estavam preocupados com o impacto dos cancelamentos de voos na demanda por combustível de aviação nos EUA. As companhias aéreas cancelaram mais de 2.800 voos nos EUA e atrasaram mais de 10.200 no domingo, no pior dia em termos de interrupções desde o início da paralisação do governo americano.
Os preços do Brent e do WTI caíram cerca de 2% na semana passada, registrando a segunda queda semanal consecutiva, devido a temores de excesso de oferta. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, ou OPEP+, concordaram em aumentar ligeiramente a produção em dezembro, mas também suspenderam novos aumentos no primeiro trimestre.
Os estoques de petróleo bruto também estão aumentando nos Estados Unidos, enquanto o volume de petróleo armazenado a bordo de navios em águas asiáticas dobrou nas últimas semanas, após o endurecimento das sanções ocidentais restringir as importações para a China e a Índia.
Segundo Varga, da PVM, existe uma dissociação entre o crescente volume de petróleo bruto armazenado no mar e a disponibilidade cada vez mais limitada de produtos russos que atendem à demanda por combustível.
Entretanto, a produtora petrolífera russa Lukoil declarou força maior no gigantesco campo petrolífero de West Qurna-2, no Iraque, disseram nesta segunda-feira quatro fontes com conhecimento do assunto, após as sanções ocidentais contra a gigante petrolífera russa terem prejudicado suas operações.
As operações da Lukoil enfrentaram crescentes interrupções, com a proximidade do prazo final imposto pelos EUA para que as empresas cessem relações comerciais com a empresa russa, em 21 de novembro, e após o fracasso da esperada venda das operações para a empresa suíça Gunvor.
Matéria publicada na Reuters, no dia 10/11/2025, às 07:19 (horário de Brasília)
