Petróleo estável enquanto investidores equilibram riscos de sanções com preocupações de excesso de oferta
Os preços do petróleo permaneceram estáveis nesta terça-feira, com as preocupações com o excesso de oferta equilibrando a incerteza sobre o impacto das mais recentes sanções dos EUA ao petróleo russo.
Os contratos futuros do petróleo Brent subiram 35 centavos, ou 0,55%, para US$ 64,41 o barril às 08:23 (horário de Brasília). O petróleo bruto West Texas Intermediate dos EUA estava cotado a US$ 60,42 o barril, alta de 29 centavos, ou 0,48%.
Os investidores continuam a avaliar as consequências das sanções dos EUA contra a Rússia e o seu impacto nos mercados de petróleo bruto e combustíveis refinados.
A Lukoil declarou força maior em um campo de petróleo iraquiano que opera, disseram fontes à Reuters nesta segunda-feira, marcando o maior impacto até agora das sanções impostas no mês passado.
As restrições às exportações de combustível em decorrência das sanções estão sustentando os preços do petróleo em meio a um excesso de oferta de petróleo bruto, afirmou o analista da PVM, Tamas Varga.
“As novas sanções dos EUA contra os principais produtores e exportadores de petróleo russos estão afetando as exportações de derivados. Como resultado, o óleo combustível/gasóleo e a gasolina RBOB estão seguindo uma direção diferente da do petróleo bruto”, disse ele.
As margens de refino do diesel na Europa atingiram níveis próximos aos máximos dos últimos 21 meses, ultrapassando US$ 31,50 por barril na terça-feira, enquanto as margens de lucro da gasolina europeia alcançaram o maior patamar em 18 meses, chegando a quase US$ 21 por barril na segunda-feira.
As preocupações com o excesso de oferta de petróleo bruto estão mantendo os preços do petróleo sob controle.
No início deste mês, a OPEP+ concordou em aumentar as metas de produção para dezembro em 137.000 barris por dia (bpd), mas também concordou em suspender os aumentos no primeiro trimestre do próximo ano.
“O mercado de petróleo também enfrenta uma considerável sobreoferta no próximo ano, razão pela qual os preços provavelmente permanecerão sob pressão. A principal causa da sobreoferta é a significativa expansão da oferta pela OPEP+”, afirmaram analistas do Commerzbank em nota.
A OPEP+ adicionou 2 milhões de barris por dia à produção desde abril, e a disposição do grupo em reverter ainda mais os cortes voluntários de produção após a pausa do primeiro trimestre poderia adicionar mais 1 milhão de barris por dia no próximo ano, afirmou o Commerzbank.
Além disso, o volume de petróleo armazenado a bordo de navios em águas asiáticas dobrou nas últimas semanas, após o endurecimento das sanções ocidentais afetar as exportações para a China e a Índia, disseram analistas.
Por outro lado, os mercados em geral apresentaram suporte, já que a paralisação governamental mais longa da história dos EUA pode terminar esta semana, após o Senado aprovar um acordo que restauraria o financiamento federal.
Matéria publicada na Reuters, no dia 11/11/2025, às 05:55 (horário de Brasília)
