Preços do petróleo caem, mercados aguardam reabertura do governo dos EUA
Os preços do petróleo caíram quase 1% nesta quarta-feira, pressionados pelo excesso de oferta no mercado, enquanto as expectativas de que o fim da paralisação governamental mais longa da história dos EUA possa impulsionar a demanda por petróleo limitaram as perdas.
Os contratos futuros do petróleo Brent caíram 60 centavos, ou 0,9%, para US$ 64,56 o barril às 07:07 (horário de Brasília), após subirem 1,7% na terça-feira. O petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA recuou 62 centavos, ou cerca de 1%, para US$ 60,42 o barril, depois de subir 1,5% na sessão anterior.
“De modo geral, tanto o WTI quanto o Brent permanecem estagnados, com a maior parte da atividade sendo gerada por negociações especulativas de curto prazo”, disse Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank.
Analistas já haviam destacado que o excesso de oferta de petróleo bruto está limitando a alta dos preços. No início deste mês, a OPEP+ concordou em suspender o aumento da produção no primeiro trimestre do próximo ano, após ter revertido os cortes na produção iniciados em agosto deste ano.
Mas a reabertura do governo dos EUA pode impulsionar a confiança do consumidor e a atividade econômica, estimulando a demanda por petróleo bruto, escreveu o analista de mercado da IG, Tony Sycamore, em uma nota.
A Câmara dos Representantes dos EUA, controlada pelos republicanos, deve votar ainda nesta quarta-feira um projeto de lei, já aprovado pelo Senado, que restauraria o financiamento de agências governamentais até 30 de janeiro.
“Portanto, embora a perspectiva de demanda a longo prazo permaneça robusta, a perspectiva de curto prazo ainda aponta para uma oferta abundante que limita o potencial de crescimento”, acrescentou Hansen, do Saxo Bank.
Entretanto, a Agência Internacional de Energia previu, em sua publicação anual World Energy Outlook divulgada na quarta-feira, que a demanda por petróleo e gás poderá continuar crescendo até 2050.
A projeção representou um afastamento da expectativa anterior da AIE (Agência Internacional de Energia) de que a demanda global de petróleo atingiria seu pico nesta década, uma vez que o órgão internacional abandonou um método de previsão baseado em compromissos climáticos e voltou a adotar um que leva em consideração apenas as políticas existentes.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a Administração de Informação Energética dos EUA (EIA) também divulgarão suas perspectivas na quarta-feira.
Matéria publicada na Reuters, no dia 12/11/2025, às 04:31 (horário de Brasília)