Trump assina acordo e encerra shutdown mais longo da história dos EUA
O presidente Donald Trump assinou na noite de quarta-feira (12) o projeto de lei que encerra o shutdown mais longo da história dos Estados Unidos, após 43 dias de paralisação. A medida, aprovada horas antes pela Câmara dos Representantes por 222 votos a 209, libera recursos para manter o governo funcionando até 30 de janeiro.
O texto já havia passado pelo Senado na segunda-feira, após um grupo de senadores ligados aos democratas apoiar o avanço da proposta, movimento que rompeu a estratégia da sigla de condicionar a reabertura do governo à prorrogação de subsídios de saúde que vencem no fim do ano. Os incentivos reduzem o custo dos planos de saúde de cerca de 20 milhões de americanos.
No momento da assinatura, Trump afirmou que “os democratas tentaram extorquir o país” e defendeu novamente o fim da regra do filibuster no Senado, que exige 60 votos para aprovar resoluções orçamentárias. Cercado por líderes republicanos, disse ainda que o episódio “nunca poderá se repetir”, citando mais de 1 milhão de servidores afetados e a interrupção de serviços essenciais.
O que diz o acordo
O pacote aprovado garante o pagamento integral dos salários atrasados e reverte todas as demissões promovidas pela Casa Branca durante o impasse. Também mantém o financiamento do SNAP, programa de assistência alimentar usado por 42 milhões de americanos, tema que chegou à Suprema Corte durante o impasse.
A votação na Câmara evidenciou dissidências limitadas nos dois partidos. Apenas dois republicanos votaram contra a proposta. No campo democrata, seis parlamentares apoiaram o texto, repetindo o movimento de senadores que permitiram o avanço da medida no início da semana.
Antes da votação, o presidente da Câmara, Mike Johnson, chamou o shutdown de “inútil e insensato”, responsabilizando democratas pelo prolongamento da crise. O líder da maioria republicana, Steve Scalise, afirmou que a oposição “passou 42 dias votando para manter o governo fechado” ao insistir na exigência sobre os subsídios.
O acordo deixa para dezembro a votação prometida pelos republicanos no Senado sobre a extensão dos incentivos de saúde. Sem a prorrogação, democratas alertam que milhões de famílias devem enfrentar aumentos expressivos nos prêmios de seguro.
Shutdown mais longo da história
A paralisação, iniciada em 1º de outubro, atingiu áreas críticas do governo, provocou atrasos em voos, suspendeu a divulgação de indicadores econômicos e interrompeu serviços em museus e parques nacionais. Segundo estimativas citadas no Congresso, shutdowns anteriores custaram mais de US$ 300 milhões em horas extras administrativas, perda de receitas e multas.
A expectativa é de que servidores retomem o trabalho nesta quinta-feira (13), seguindo orientação do Escritório de Gestão e Orçamento. O Departamento de Transporte também confirmou a suspensão do plano que ampliaria cortes de voos devido à falta de controladores de tráfego aéreo.
Matéria publicada no portal InfoMoney, no dia 13/11/2025, às 06:37 (horário de Brasília)