O petróleo cai abaixo de US$ 60 devido às negociações de paz entre Rússia e Ucrânia e aos dados fracos da China

Os preços do petróleo caíram mais de US$ 1 na terça-feira, para menos de US$ 60 o barril – o menor valor desde maio deste ano – à medida que as perspectivas de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia pareciam se fortalecer, aumentando as expectativas de um possível alívio das sanções.

Os contratos futuros do petróleo Brent caíram US$ 1,11, ou cerca de 1,8%, para US$ 59,45 o barril às 07:23 (horário de Brasília), enquanto o petróleo bruto West Texas Intermediate dos EUA estava sendo negociado a US$ 55,71 o barril, uma queda de US$ 1,11, ou quase 2%.

“O preço do Brent caiu esta manhã para menos de US$ 60 por barril pela primeira vez em meses, enquanto o mercado avalia um possível acordo de paz que resultaria na disponibilidade de volumes adicionais de petróleo russo e em um aumento ainda maior da oferta no mercado”, disse o analista da Rystad, Janiv Shah.

Os EUA ofereceram garantias de segurança semelhantes às da OTAN para Kiev, e negociadores europeus relataram progresso nas conversas na segunda-feira para pôr fim à guerra da Rússia na Ucrânia, gerando otimismo de que o fim do conflito esteja mais próximo.

A Rússia, por sua vez, afirmou que não está disposta a fazer concessões territoriais nas negociações para o fim da guerra na Ucrânia, segundo a agência de notícias estatal TASS, que citou o vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov.

“A dificuldade nas negociações será acompanhada pela contínua queda dos preços à medida que entramos em 2026, com todas as previsões de ‘excesso de oferta’ associadas. O Brent atingirá uma nova mínima no acumulado do ano, mas não cairá abaixo de US$ 55 por barril antes do final do ano”, disse John Evans, analista da PVM Oil Associates.

Para agravar a pressão, os dados econômicos fracos da China divulgados na segunda-feira alimentaram ainda mais as preocupações de que a demanda global possa não ser forte o suficiente para absorver o recente crescimento da oferta, disse o analista de mercado da IG, Tony Sycamore, em nota.

O crescimento da produção industrial na China desacelerou para o menor nível em 15 meses, segundo dados oficiais. As vendas no varejo também cresceram no ritmo mais lento desde dezembro de 2022, durante a pandemia de COVID-19.

Os receios de um excesso de oferta foram ligeiramente atenuados pela apreensão, pelos EUA, de um petroleiro ao largo da costa da Venezuela na semana passada, mas operadores e analistas afirmaram que o excesso de capacidade de armazenamento flutuante e o aumento das compras chinesas da Venezuela, em antecipação às sanções, também estavam a limitar o impacto da medida no mercado.

Matéria publicada na Reuters, no dia 16/12/2025, às 04:30 (horário de Brasília)