Barril de petróleo amplia queda em meio a alívio de tensão no Oriente médio; Demanda passa a ser um problema
Os preços do petróleo ampliaram as perdas na quinta-feira após uma queda de 3% na sessão anterior, à medida que os investidores mudaram o foco para sinais de que um conflito mais amplo no Oriente Médio pode ser evitado, mas os problemas com demanda podem começar.
Os futuros do Brent caíram 63 centavos, ou 0,72%, para $86,66 por barril, enquanto os futuros do petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA negociaram 64 centavos mais baixos, ou 0,77%, a $82,05 por barril.
Os investidores estão reduzindo o prêmio de risco geopolítico nos preços do petróleo sob a percepção de que qualquer retaliação de Israel ao ataque do Irã em 13 de abril será moderada pela pressão internacional.
“Parece que a pressão internacional sobre Israel para não escalar a tensão com o Irã levará, felizmente, a uma resposta medida e moderada aos ataques do fim de semana”, disse o analista da PVM, Tamas Varga.
O Irã é o terceiro maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, de acordo com dados da Reuters, e um alívio de seu conflito com Israel reduziria o potencial de possíveis interrupções no fornecimento.
“O Brent agora voltou aos níveis antes do ataque de 1º de abril ao consulado iraniano, sugerindo que a última rodada de prêmio de risco de tensões elevadas entre Israel e Irã se dissipou”, disse a analista Vandana Hari da Vanda Insights.
Enquanto isso, analistas do JP Morgan destacaram em uma nota no final da última terça-feira (16) que o consumo mundial de petróleo até agora em abril tem sido 200.000 barris por dia (bpd) abaixo de sua previsão, com uma média de 101 milhões de bpd.
Os crescentes estoques de petróleo bruto dos EUA também mantiveram um teto sobre os preços. Os estoques de petróleo aumentaram em 2,7 milhões de barris, e chegaram a 460 milhões de barris na semana encerrada em 12 de abril, disse a EIA (Energy Information Administration), quase o dobro das expectativas dos analistas em uma pesquisa da Reuters para um aumento de 1,4 milhão de barris.
Os estoques construídos à medida que a utilização das refinarias diminuíram em um momento em que o processamento normalmente aumenta antes do verão, impulsionando a demanda nos EUA.
Matéria publicada pela Reuters no dia 18/04 às 09:02 (horário de Brasília)
