Preços do petróleo caem mais de 4% após Israel aliviar temores de ataque a alvos petrolíferos iranianos
Os preços do petróleo caíram mais de 4%, atingindo uma mínima de quase duas semanas nesta terça-feira, devido a uma perspectiva de demanda mais fraca e após um relatório da mídia sugerir que Israel não atacaria alvos petrolíferos iranianos, aliviando temores de interrupção no fornecimento.
Os contratos futuros do Brent caíram US$ 3,29, ou 4,3%, para US$ 74,17 por barril. Os futuros do West Texas Intermediate (WTI) perderam US$ 3,38, ou 4,6%, chegando a US$ 70,45 por barril.
Ambos os benchmarks haviam caído anteriormente em US$ 4, atingindo suas mínimas desde o início de outubro, após terem fechado cerca de 2% mais baixos na segunda-feira.
Eles já caíram cerca de US$ 5 nesta semana, quase apagando os ganhos acumulados depois que os investidores ficaram preocupados com a possibilidade de Israel atacar as instalações petrolíferas do Irã em retaliação ao ataque com mísseis de 1º de outubro.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse aos Estados Unidos que Israel está disposto a atacar alvos militares iranianos, mas não nucleares ou petrolíferos, informou o Washington Post na noite de segunda-feira.
Israel expandiu seus alvos na guerra contra os militantes do Hezbollah no Líbano na segunda-feira, matando pelo menos 21 pessoas em um ataque aéreo no norte.
“A demanda enfraquecida levou os traders a retirarem o ‘prêmio de guerra’ dos preços”, disse Priyanka Sachdeva, analista sênior de mercado da Phillip Nova.
“No entanto, a geopolítica ainda continua a sustentar o petróleo nesse nível. Sem a geopolítica no cenário, o petróleo teria caído ainda mais, talvez até abaixo da marca de US$ 70 por barril, em meio à atual narrativa de demanda fraca.”
Tanto a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) quanto a Agência Internacional de Energia (AIE) reduziram suas previsões de crescimento da demanda global por petróleo em 2024 nesta semana, com a China respondendo pela maior parte das revisões para baixo.
A OPEP projeta uma expansão global da demanda muito mais forte para o ano do que a AIE. Mas sua “série de ajustes para baixo é algo como uma admissão de pensamento desejoso”, disse John Evans, da corretora de petróleo PVM.
Os dados alfandegários da China mostraram que as importações de petróleo em setembro caíram em relação ao ano anterior, e o crescimento econômico do país também deverá ficar abaixo da meta de Pequim para 2024, segundo uma pesquisa da Reuters.
Matéria publicada pela Reuters no dia 15/10/2024, às 10h28 (horário de Brasília)