Economia chinesa registra alta de 4,6% no 3º trimestre, mas meta de 5% segue distante
O produto interno bruto (PIB) da China avançou 0,9% no terceiro trimestre de 2024 em relação ao trimestre anterior e mostrou crescimento de 4,6% na comparação anual, conforme dados divulgados nesta sexta-feira pelo Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês). Nessa comparação anual, a evolução da segunda maior economia do planeta perdeu um pouco de força porque o ritmo estava em 4,7% no 2º trimestre.
Nos primeiros nove meses de 2024, a China informou que sua economia cresceu 4,8% em relação ao mesmo período de 2023, ainda abaixo da meta oficial de “cerca de 5%”.
O PIB atingiu cerca de 94,97 trilhões de yuans (cerca de US$ 13,33 trilhões) no período de janeiro a setembro, mostraram dados do NBS.
Apesar de um ambiente externo complicado e dos desafios doméstico emergentes, a economia chinesa registrou um desempenho geralmente estável, disse Sheng Laiyun, vice-chefe do NBS, em entrevista coletiva, informou a agência de notícias Xinhua.
“Os fatores positivos que impulsionam uma recuperação econômica estável se acumularam e aumentaram em setembro”, disse Sheng, enfatizando que a maioria dos indicadores de produção e demanda melhorou e as expectativas do mercado também melhoraram.
Mas os analistas receberam os dados com algumas ressalvas. “Os dados do 3º trimestre de 2024 da China não são uma reviravolta”, disse à Reuters Bruce Pang, economista-chefe da JLL. “O desempenho está alinhado com as expectativas do mercado, dada a fraca demanda doméstica, um mercado imobiliário ainda em dificuldades e a desaceleração do crescimento das exportações.”
“O pacote de estímulo anunciado no final de setembro levará tempo e paciência para impulsionar o crescimento nos próximos trimestres”, acrescentou.
“Minimizamos a importância de indicadores-chave econômicos melhores do que o esperado em setembro, uma vez que a fraqueza estrutural nos setores imobiliário e doméstico permanece em grande parte sem solução”, disse Betty Wang, economista da Oxford Economics.
Para ela, “as medidas de estímulo anunciadas recentemente podem amortecer os riscos negativos para o crescimento do próximo ano, mas é improvável que revertam a desaceleração estrutural.”
Mas as autoridades mantêm o otimismo. “Com base em nossa avaliação abrangente, espera-se que a economia no quarto trimestre continue a tendência de estabilização e recuperação que ocorreu em setembro. Estamos totalmente confiantes em atingir a meta para o ano inteiro”, disse Laiyun a repórteres.
Matéria publicada pelo InfoMoney no dia 18/10/2024, às 07h09 (horário de Brasília)