EUA intensificam esforços para encerrar guerra de Gaza com visita de Blinken à região
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, partirá para o Oriente Médio nesta segunda-feira (21), informou o Departamento de Estado, enquanto Washington pressiona para iniciar negociações de cessar-fogo para acabar com a guerra em Gaza após a morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar.
A mais recente viagem do principal diplomata dos EUA à região, sua décima primeira desde o ataque de 7 de outubro de 2023 a Israel pelo grupo militante palestino Hamas que desencadeou a guerra em Gaza, ocorre mesmo com Israel intensificando sua campanha militar em Gaza e no Líbano contra a milícia Hezbollah, alinhada ao Irã.
Blinken discutirá com líderes regionais a importância de encerrar a guerra em Gaza, formas de traçar um plano pós-conflito para o enclave palestino, bem como como alcançar uma solução diplomática para o conflito entre Israel e o Hezbollah, informou o Departamento de Estado em um comunicado.
A viagem do principal diplomata começará por Israel, disse o Departamento de Estado, mas não forneceu os outros destinos exatos.
“Em toda a região, o secretário Blinken discutirá a importância de pôr fim à guerra em Gaza, garantir a libertação de todos os reféns e aliviar o sofrimento do povo palestino”, disse o Departamento de Estado em um comunicado.
“Ele continuará as discussões sobre o planejamento do período pós-conflito e enfatizará a necessidade de traçar um novo caminho que permita aos palestinos reconstruir suas vidas”, afirmou.
O presidente dos EUA, Joe Biden, a vice-presidente Kamala Harris, a candidata democrata na eleição presidencial de 5 de novembro, e vários outros líderes ocidentais disseram que todos gostariam que a guerra de um ano em Gaza terminasse após Israel ter matado Sinwar na semana passada, um dos arquitetos do ataque de 7 de outubro.
Mas o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, já afirmou que a guerra continuará, e analistas dizem que ele pode preferir esperar o fim do mandato de Biden, que termina em janeiro, e tentar a sorte com o próximo presidente, seja Harris ou seu rival republicano, Donald Trump, com quem Netanyahu manteve laços estreitos.
Blinken também destacará que alimentos, remédios e outros auxílios humanitários adicionais devem ser entregues aos civis em Gaza, disse o Departamento de Estado.
Israel intensificou sua campanha militar em Gaza nos últimos dias. À medida que os combates continuaram, autoridades de saúde relataram a falta de alimentos, combustível e suprimentos médicos para tratar pacientes nos três hospitais restantes que ainda operam parcialmente na área.
O ataque de 7 de outubro pelo Hamas matou cerca de 1.200 pessoas, com outras 253 levadas de volta a Gaza como reféns, de acordo com os números israelenses. A guerra subsequente de Israel devastou Gaza, matando mais de 42.500 palestinos, com outros 10.000 mortos não contabilizados que se acredita estarem sob os escombros, segundo as autoridades de saúde de Gaza.
Matéria publicada pela Reuters no dia 21/10/2024, às 09h09 (horário de Brasília)