Preços do petróleo caem 6% após retaliação contida de Israel ao Irã
Os preços do petróleo despencaram quase US$ 5 por barril na segunda-feira, após o ataque de retaliação de Israel contra o Irã, no fim de semana, que evitou instalações petrolíferas e nucleares e não interrompeu o fornecimento de energia.
Tanto o Brent quanto o petróleo bruto dos EUA (West Texas Intermediate) atingiram o nível mais baixo desde 1º de outubro na abertura. O Brent caiu US$ 4,80, ou 6,31%, para US$ 71,25 o barril, enquanto o WTI perdeu US$ 4,78, ou 6,7%, para US$ 67,00.
Os indicadores ganharam 4% na semana passada em negociações voláteis, com os mercados precificando a incerteza sobre a eleição americana iminente e o grau de resposta esperada de Israel ao ataque de mísseis iraniano de 1º de outubro.
Dezenas de caças israelenses completaram três ondas de ataques antes do amanhecer de sábado contra fábricas de mísseis e outros locais perto de Teerã e no oeste do Irã, no mais recente confronto entre os rivais do Oriente Médio.
O prêmio de risco geopolítico, que havia elevado os preços do petróleo em antecipação ao ataque de Israel, caiu, segundo analistas.
“Não há dúvidas de que a resposta de Israel foi fortemente influenciada pelo governo Biden, com vistas à eleição americana,” disse John Evans, da corretora de petróleo PVM.
Por outro lado, o analista Vivek Dhar, do Commonwealth Bank of Australia, não espera uma rápida redução dos conflitos no Oriente Médio.
“Apesar da escolha de Israel por uma resposta de baixa agressividade contra o Irã, temos dúvidas de que Israel e os aliados do Irã (Hamas e Hezbollah) estejam caminhando para uma trégua duradoura,” disse ele em uma nota.
O Citi reduziu sua meta de preço do Brent para os próximos três meses, de US$ 74 para US$ 70 o barril, considerando um prêmio de risco menor no curto prazo, de acordo com uma nota dos analistas liderados por Max Layton.
“A retórica dos ministros da OPEP+ nas próximas semanas sobre a suspensão das cotas será um fator importante para os preços, com uma postergação do aumento da produção se tornando mais provável devido à perspectiva fundamental fraca e aos altos preços de equilíbrio necessários para a maioria dos membros do cartel,” disse Ashley Kelty, analista da Panmure Liberum.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus aliados, grupo conhecido como OPEP+, mantiveram a política de produção de petróleo inalterada no mês passado, incluindo um plano para começar a aumentar a produção a partir de dezembro. O grupo se reunirá em 1º de dezembro antes de uma reunião completa da OPEP+.
Matéria publicada pela Reuters no dia 28/10/2024, às 10h18 (horário de Brasília)