Preços do petróleo sobem com possíveis represálias do Irã contra Israel

Os preços do petróleo subiram 2% nesta sexta-feira após relatos de que o Irã estaria se preparando para um ataque de retaliação contra Israel a partir do Iraque nos próximos dias, embora as referências ainda estivessem configuradas para uma queda semanal.

Os futuros do Brent subiram US$ 1,46, ou 2%, a US$ 74,27 o barril. O petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA subiu US$ 1,57, ou 2,3%, para US$ 70,83.

O site de notícias norte-americano Axios informou na quinta-feira que a inteligência israelense sugere que o Irã está se preparando para atacar Israel a partir do Iraque em questão de dias, citando duas fontes israelenses não identificadas.

“Quaisquer respostas adicionais do Irã podem permanecer contidas, semelhante ao ataque limitado de Israel no fim de semana passado, destinando-se principalmente como uma demonstração de força, em vez de um convite a uma guerra aberta,” disse o analista da SEB Research, Ole Hvalbye.

Os dois países se envolveram em uma série de ataques de retaliação dentro do cenário mais amplo do conflito no Oriente Médio, desencadeado pela luta em Gaza. Ataques aéreos anteriores do Irã contra Israel em 1º de outubro e em abril foram em grande parte repelidos, causando apenas danos menores.

O Brent está a caminho de terminar a semana com queda de quase 2%, após uma queda de 6% na segunda-feira, depois que o ataque de Israel contra o Irã em 26 de outubro evitou instalações de petróleo e nucleares.

Os preços do petróleo também foram sustentados pelas expectativas de que a OPEP+ possa adiar o aumento de produção planejado para dezembro por um mês ou mais, devido a preocupações com a demanda fraca e o aumento da oferta. Uma decisão pode ser tomada já na próxima semana.

O resultado da eleição presidencial dos EUA na próxima semana e quaisquer detalhes de estímulo financeiro, caso existam, da reunião do comitê permanente da Assembleia Popular Nacional da China também afetarão os preços do petróleo, afirmou o analista da IG, Tony Sycamore.

Os candidatos presidenciais dos EUA, Kamala Harris e Donald Trump, têm opiniões diferentes sobre a política em relação aos produtores de petróleo Irã e Rússia.

Enquanto isso, na China, a atividade manufatureira voltou a crescer em outubro, segundo uma pesquisa do setor privado divulgada nesta sexta-feira, ecoando uma pesquisa oficial de quinta-feira, sugerindo que as medidas de estímulo estão surtindo efeito.

Mas “a composição do crescimento ainda será mais voltada para o mercado interno do que a típica expansão pré-COVID na China”, disseram os analistas do Goldman Sachs em uma nota.

Os dados de emprego dos EUA nesta sexta-feira deixaram os preços do petróleo praticamente inalterados. O crescimento do emprego desacelerou acentuadamente em outubro em meio a interrupções causadas por furacões e greves de trabalhadores da indústria aeroespacial. A taxa de desemprego, no entanto, permaneceu estável em 4,1%, sugerindo que o mercado de trabalho continua sólido antes da eleição presidencial de terça-feira.

Matéria publicada pela Reuters no dia 01/11/2024, às 10h00 (horário de Brasília)