Preços do petróleo sobem após decisão da OPEP+ de adiar aumento da produção

Os preços do petróleo subiram mais de 2% nesta segunda-feira devido à decisão da OPEP+ de adiar em um mês os planos de aumento de produção, enquanto o mercado se prepara para uma semana crucial que inclui a eleição presidencial dos EUA.

A candidata democrata presidência dos EUA, Kamala Harris, e o republicano Donald Trump continuam praticamente empatados nas pesquisas de opinião antes do Dia da Eleição nesta terça-feira, e o vencedor pode não ser conhecido por dias após o encerramento das votações.

Os futuros do Brent subiram US$ 1,71 por barril, ou 2,3%, para US$ 74,81 por barril. O petróleo West Texas Intermediate (WTI) dos EUA subiu US$ 1,81 por barril, ou 2,6%, para US$ 71,30.

No domingo, a OPEP+, que inclui a Organização dos Países Exportadores de Petróleo além da Rússia e outros aliados, anunciou que estenderá seu corte de produção de 2,2 milhões de barris por dia (bpd) por mais um mês em dezembro, com um aumento já adiado desde outubro devido à queda dos preços e à demanda fraca.

A OPEP+ estava prevista para aumentar a produção mensal em 180 mil bpd a partir de dezembro.

“Considerando as preocupações contínuas com o crescimento econômico, acreditamos que o grupo deseja mais clareza sobre o impacto econômico dos cortes de taxa de juros nos EUA e a flexibilização das políticas fiscal e monetária na China”, afirmou o analista do UBS, Giovanni Staunovo.

“O grupo também deve ter clareza sobre o próximo presidente dos EUA e o impacto dos cortes de compensação dos países que produziram acima de seu teto no passado.”

Falando em um evento do setor em Abu Dhabi, o CEO da empresa italiana de energia Eni disse que os cortes de oferta de petróleo da OPEP+ e os esforços recentes para revertê-los aumentaram a volatilidade nos mercados de energia e prejudicaram o investimento em nova produção.

Analistas disseram que a volatilidade dos preços do petróleo será alta esta semana, com participantes do mercado aguardando a resposta do Irã aos recentes ataques israelenses e o desfecho da eleição dos EUA.

Na quinta-feira, o site de notícias americano Axios disse que a inteligência israelense sugeriu que o Irã estava se preparando para atacar Israel a partir do Iraque nos próximos dias, citando duas fontes israelenses não identificadas.

“Conselheiros seniores de Trump expressaram forte apoio a ataques contra instalações nucleares iranianas e à retomada das sanções de máxima pressão”, afirmou Helima Croft, chefe de estratégia global de commodities da RBC Capital Markets.

Por outro lado, uma administração Harris provavelmente não aumentaria a pressão das sanções e se concentraria em encerrar o conflito o mais rapidamente possível, acrescentou Croft.

O foco dos investidores nesta semana estará no Federal Reserve dos EUA, com expectativa de que economistas cortem as taxas de juros em 25 pontos base na quinta-feira, e na China, onde o Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo se reúne de segunda a sexta-feira e deve aprovar estímulos adicionais para impulsionar a economia em desaceleração.

Matéria publicada pela Reuters no dia 04/11/2024, às 11h25 (horário de Brasília)