Redução da demanda na China impacta exportações de petróleo da Arábia Saudita

A fraca demanda na China levará a uma menor oferta do maior exportador de petróleo bruto do mundo, a Arábia Saudita, para o maior importador de petróleo bruto do mundo em dezembro, disseram fontes comerciais à Reuters na segunda-feira.

A queda na oferta saudita ocorrerá apesar do fato de que o Reino reduziu seus preços oficiais de venda (OSPs) para carregamentos de petróleo em dezembro para a Ásia.

Dezembro será o segundo mês consecutivo de entregas sauditas mais baixas para a China, estimadas em um total de 36,5 milhões de barris. Isso representaria uma queda em relação aos 37,5 milhões de barris esperados neste mês e aos 46 milhões de barris em outubro, de acordo com dados comerciais compilados pela Reuters.

A oferta de petróleo bruto saudita para a China no próximo mês também seria o menor volume mensal desde julho, já que as gigantes estatais chinesas PetroChina, Sinopec e Sinochem devem levantar menos cargas do Reino.

A Aramco, gigante estatal saudita, reduziu na semana passada o preço de seu petróleo que será carregado para a Ásia em dezembro.

O principal tipo de petróleo da Arábia Saudita, o Arab Light, teve seu OSP reduzido em US$ 0,50 por barril, para US$ 1,70 por barril acima dos benchmarks Dubai/Oman, dos quais os exportadores do Oriente Médio baseiam seus preços para os mercados asiáticos.

O Reino também reduziu os OSPs de todas as suas categorias de petróleo carregadas para a Ásia — Arab Extra Light, Super Light, Arab Medium e Arab Heavy, embora os cortes nos tipos mais pesados tenham sido menores do que para os mais leves.

As importações chinesas de petróleo bruto têm sido decepcionantes este ano, com outubro marcando o sexto mês consecutivo em que as chegadas de cargas ficaram atrás das importações nos mesmos meses de 2023, mostraram dados oficiais chineses na semana passada.

A capacidade reduzida de uma refinaria da PetroChina e a contínua fraca demanda dos refinadores independentes da China, os chamados “teapots”, pesaram nas importações para o maior importador de petróleo bruto do mundo em outubro.

A demanda chinesa mais fraca do que o esperado pode ter sido a razão pela qual o grupo OPEP+ adiou o início da flexibilização dos cortes de produção para janeiro de 2025, em vez de dezembro de 2024, embora o cartel e seus aliados não tenham dado uma razão específica para a decisão.

Matéria publicada pelo Oil Price.com no dia 11/11/2024, às 07h15 (horário de Brasília)