Queda no preço do barril de petróleo reflete preocupações com demanda chinesa
Os preços do petróleo caíram na terça-feira devido a dados econômicos chineses que renovaram preocupações com a demanda, enquanto investidores mantiveram cautela antes de uma decisão do Federal Reserve dos EUA sobre taxas de juros.
Os futuros do Brent recuaram 66 centavos, para US$ 73,25 por barril, enquanto o West Texas Intermediate dos EUA caiu 74 centavos, para US$ 69,97.
A realização de lucros após o rali de 6% da semana passada e os decepcionantes dados econômicos da China divulgados na segunda-feira pressionaram os preços, disse o analista de mercado da IG Tony Sycamore.
Na segunda-feira, os preços caíram de máximas de várias semanas devido à inesperada fraqueza nos dados de consumo da China, apesar do fortalecimento da produção industrial.
Os investidores também adotaram uma postura de espera antes da última reunião de política monetária do Fed no ano, marcada para terça e quarta-feira. Espera-se amplamente que o banco central reduza as taxas de juros em um quarto de ponto percentual.
A reunião também deverá esclarecer até que ponto os dirigentes planejam cortar as taxas nos próximos dois anos e se o banco central irá reduzir os estímulos em antecipação a uma inflação mais alta sob a administração Trump.
CORTE DE JUROS DO FED JÁ PRECIFICADO
“Um corte de 25 pontos-base já foi precificado pelo mercado, então quaisquer surpresas (na reunião do Fed) podem movimentar o mercado”, disse o analista da LSEG Anh Pham.
Taxas de juros mais baixas podem impulsionar o crescimento econômico e a demanda por petróleo.
O mercado de petróleo no próximo ano pode ser impactado pelo aumento da oferta de países fora do grupo OPEP+, como os Estados Unidos e o Brasil, em paralelo à desaceleração da demanda, principalmente na China.
O relatório mensal da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) da semana passada afirmou que, mesmo com os cortes de produção do OPEP+ em vigor, haverá um excedente de oferta de 950 mil barris por dia (bpd) no próximo ano, representando quase 1% da oferta mundial.
Enquanto isso, a Comissão Europeia anunciou um 15º pacote de sanções da UE contra a Rússia por sua invasão à Ucrânia, incluindo medidas mais rígidas contra entidades chinesas e mais embarcações da chamada frota fantasma da Rússia, que operam sem regulamentação ou seguro de provedores ocidentais convencionais.
Um grupo de países ocidentais começará a verificar documentos de seguro da frota fantasma da Rússia no Canal da Mancha, estreitos da Dinamarca, Golfo da Finlândia e o estreito entre a Suécia e a Dinamarca.
As novas sanções da UE provavelmente não resultarão em uma interrupção significativa, pois a maioria dos fluxos não utiliza mais serviços ocidentais, disse Pham, da LSEG.
Matéria publicada pela Reuters no dia 17/12/2024, às 10h20 (horário de Brasília)