China eleva imposto sobre óleo combustível, impactando importações e preços
As importações de óleo combustível da China devem cair no início de 2025 após um aumento no imposto de importação do produto a partir de 1º de janeiro, o que levou alguns vendedores a reduzirem os preços para impulsionar a demanda, segundo várias fontes comerciais familiarizadas com o assunto.
O aumento nos impostos de importação, que se soma a uma política separada em vigor desde outubro passado para reduzir os reembolsos fiscais sobre embarques de óleo combustível, restringirá ainda mais as margens para o setor de refino da China, que já vinha sofrendo com margens fracas desde o ano passado.
Pequenas refinarias, especialmente aquelas sem ou com pouca cota de importação de petróleo bruto, utilizam óleo combustível como matéria-prima para produzir combustíveis de transporte de maior valor.
Espera-se que a desaceleração nas importações da China pese ainda mais sobre os preços de referência do óleo combustível na região, que vêm caindo desde o último trimestre devido ao excesso de oferta.
No final de 2024, Pequim ajustou as tarifas de importação para algumas commodities, elevando a taxa para óleo combustível de 1% para 3% a partir de 1º de janeiro.
Sob a nova regra, em vigor desde 1º de janeiro, o governo também removeu o código alfandegário para “outro óleo combustível e outros óleos pesados”, uma mudança que, segundo os comerciantes, pode ajudar a conter a rotulagem incorreta de petróleo bruto como óleo residual para evitar as restrições de cotas.
“Esperamos ver alguns sinais de demanda mais fraca no curto prazo”, disse um comerciante de óleo combustível que vende cargas para a China.
As fontes preferiram não se identificar devido à sensibilidade comercial.
Os prêmios spot para o óleo combustível russo M100, uma escolha popular de matéria-prima para refinarias chinesas, caíram de US$ 10 a US$ 15, ficando abaixo de US$ 60 por tonelada métrica em relação às cotações do óleo combustível de 380-cst em Singapura para janeiro, comparado ao mês anterior.
As importações da China já haviam caído em dezembro devido às margens de refino fracas.
As importações de óleo combustível caíram para menos de 1,7 milhão de toneladas (348.225 barris por dia) em dezembro, segundo dados de rastreamento de navios da Kpler e da LSEG, após atingirem um pico de sete meses de 2,55 milhões de toneladas em novembro.
Os comerciantes também estão atentos a como a administração tributária estatal implementará os planos para reduzir os reembolsos de impostos sobre o consumo que as refinarias recebem ao vender gasolina e diesel refinados a partir de óleo combustível importado.
“Estamos todos esperando para ver como os escritórios fiscais (provinciais) executarão os reembolsos para as importações de dezembro, mas há rumores de que o governo levará isso a sério a partir de 2025”, disse um executivo de uma refinaria independente à Reuters.
Matéria publicada pela Reuters no dia 08/01/2025, às 06h00 (horário de Brasília)