Petróleo deve cair semanalmente com ameaça de tarifas de Trump se aproximando

Os preços do petróleo caíram na sexta-feira e estavam a caminho de um declínio semanal, enquanto os mercados aguardam para ver se o presidente dos EUA, Donald Trump, cumprirá sua ameaça de impor tarifas ao México e ao Canadá neste fim de semana.

Os contratos futuros do petróleo Brent para março, que vencem na sexta-feira, caíram 17 centavos, para US$ 76,70 o barril, às 07h41 (horário de Brasília). O petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA caiu 11 centavos, para US$ 72,62.

Para a semana, os índices de referência Brent e WTI devem registrar quedas de 2,3% e 2,8%, respectivamente.

O petróleo ficou sob pressão devido ao potencial impacto econômico negativo das tarifas dos EUA contra o Canadá, México e China, disse o analista da PVM, Tamas Varga, acrescentando que a potencial valorização do dólar como resultado das tarifas também pesou sobre o petróleo.

Trump ameaçou impor uma tarifa de 25% já no sábado sobre as exportações canadenses e mexicanas para os Estados Unidos se esses dois países não encerrarem as remessas de fentanil através das fronteiras dos EUA.

Canadá e México são os dois maiores exportadores de petróleo bruto para os Estados Unidos, mas não está claro se o petróleo bruto seria incluído entre as tarifas. Trump disse na quinta-feira que em breve decidiria se excluiria as importações de petróleo canadense e mexicano das tarifas.

Em 2023, o último ano completo de dados, o Canadá exportou 3,9 milhões de barris por dia (bpd) de petróleo bruto para os EUA, de um total de 6,5 milhões de bpd de importações, enquanto o México exportou 733.000 bpd, de acordo com a Administração de Informação de Energia dos EUA.

“Medidas punitivas sobre as exportações de petróleo canadense e mexicano para os EUA serão otimistas”, disse Varga, da PVM.

O mercado também aguarda a reunião da OPEP+ marcada para 3 de fevereiro.

O ministro da energia do Cazaquistão disse na quarta-feira que o grupo deve discutir os planos de Trump para aumentar a produção de petróleo dos EUA e tomar uma posição conjunta sobre o assunto na reunião da OPEP+ da próxima semana.

“A OPEP provavelmente atenderá à demanda dos EUA para aumentar a produção para evitar a ira de Trump. E eles podem anunciar uma redução gradual dos cortes voluntários, se não a partir de abril, então a partir do segundo semestre do ano”, disse Varga.

Matéria publicada na Reuters, no dia 31/01, às 04:53 (horário de Brasília)