Mudança nos impostos federais sobre etanol começa em maio; impacto no preço deve ser baixo, dizem associações

A forma de tributação federal sobre o etanol vai mudar a partir de 1º de maio. Com isso, o etanol hidratado e o anidro terão a mesma alíquota: R$ 0,19 por litro.

A medida foi incorporada na regulamentação da reforma tributária e deve antecipar a chamada “monofasia”, ou seja, a cobrança dos impostos federais em uma única etapa da cadeia produtiva.

Veja novas alíquotas de PIS/Cofins para o etanol

Tipo de etanolNova alíquota (por litro)
AnidroR$ 0,1920
HidratadoR$ 0,1920

Fonte: ICL

Antes, o etanol anidro (que é adicionado à gasolina) e o hidratado (usado pelos veículos flex) tinham alíquotas diferentes.

Etanol anidro e hidratado tinham alíquotas diferentes

Tipo de etanolAlíquotas antigas (por litro)
AnidroR$ 0,1390
HidratadoR$ 0,2418

Fonte: ICL

Portanto, a partir de 1º de maio, haverá:

  • aumento de impostos para o etanol anidro, de cerca de R$ 0,06 por litro
  • redução para o hidratado de aproximadamente R$ 0,05 por litro

De acordo com o diretor do Instituto Combustível Legal (ICL), Carlo Faccio, a diferença ocorre porque antes a etapa de produção não recolhia os impostos federais Pis e Cofins para o etanol anidro.

“Agora, já que tudo se concentrou no produtor, [o hidratado] caiu de R$ 0,24 para R$ 0,19, o produtor a princípio vai recolher mais no anidro, que passou de R$ 0,139 para R$ 0,19 [por litro]”, explicou.

Antes, o etanol anidro (que é adicionado à gasolina) e o hidratado (usado pelos veículos flex) tinham alíquotas diferentes.

Etanol anidro e hidratado tinham alíquotas diferentes

Tipo de etanolAlíquotas antigas (por litro)
AnidroR$ 0,1390
HidratadoR$ 0,2418

Fonte: ICL

Portanto, a partir de 1º de maio, haverá:

  • aumento de impostos para o etanol anidro, de cerca de R$ 0,06 por litro
  • redução para o hidratado de aproximadamente R$ 0,05 por litro

De acordo com o diretor do Instituto Combustível Legal (ICL), Carlo Faccio, a diferença ocorre porque antes a etapa de produção não recolhia os impostos federais Pis e Cofins para o etanol anidro.

“Agora, já que tudo se concentrou no produtor, [o hidratado] caiu de R$ 0,24 para R$ 0,19, o produtor a princípio vai recolher mais no anidro, que passou de R$ 0,139 para R$ 0,19 [por litro]”, explicou.

Faltam os impostos estaduais

O presidente do ICL, Emerson Kapaz, esclarece que o setor só conseguiu adiantar a monofasia para o PIS/Cofins. Ou seja, falta o imposto estadual ICMS, que é maior fatia da tributação dos combustíveis.

“A reforma tributária já está estabelecendo isso para entrar em vigor em 2027 para frente, mas é aquela entrada em vigor parcelada, devagar. Nós estamos tentando ver se conseguimos com que isso seja antecipado”, afirmou.

A antecipação depende de aval do Congresso Nacional, como aconteceu para o PIS/Cofins.

No caso de aprovação da medida, o impacto no preço dos combustíveis vai depender da alíquota estabelecida para o ICMS.

Devedor contumaz

Ao g1, a Brasilcom disse que a monofasia ajuda a combater o chamado “devedor contumaz” –empresas que usam a sonegação de impostos como forma de baratear seus custos.

“A monofasia sempre foi um pleito das distribuidoras para combater o devedor contumaz que atua no setor, visto que a concentração do recolhimento na origem (produtores e importadores) dificulta a atuação de empresas que utilizam a sonegação como prática concorrencial”, declarou.

A federação chamou de “oportunidade perdida” a não inclusão da antecipação da monofasia do ICMS na regulamentação da reforma tributária.

Para o diretor do ICL, Carlo Faccio, a monofasia é um “elemento preventivo” para evitar fraudes tributárias.

“Paralelo a se criar essa barreira de entrada, que é uma barreira para se eliminar fraudes tributárias, existe agora a cobrança do passivo ou cessar novos débitos que é um projeto também que estamos trabalhando muito, que é a caracterização do devedor contumaz”, afirmou.

Matéria publicada no G1, no dia 13/04/2025, às 04:01 (horário de Brasília)