Petróleo recua com preocupações sobre crescimento dos EUA e da China

O petróleo caiu na segunda-feira, pressionado pelo rebaixamento da classificação de crédito soberano dos EUA pela Moody’s e por dados oficiais que mostraram desaceleração no crescimento da produção industrial e das vendas no varejo da China.

Ambos os acontecimentos levantaram preocupações sobre as perspectivas para as duas maiores economias e consumidores de petróleo do mundo, uma semana depois que o acordo entre Pequim e Washington para reverter a maioria das tarifas sobre os produtos um do outro elevou os preços do petróleo.

“Os dados chineses mais fracos do que o esperado não estão ajudando o petróleo bruto, embora eu descreva o revés como modesto”, disse o analista do UBS, Giovanni Staunovo.

Os contratos futuros do petróleo Brent recuavam 57 centavos, ou 0,9%, para US$ 64,84 o barril, às 08h46 (horário de Brasília), enquanto o petróleo bruto West Texas Intermediate, dos EUA, recuava 54 centavos, ou 0,9%, para US$ 61,95. O contrato WTI de junho vence na terça-feira.

Ambos os contratos subiram mais de 1% na semana passada.

Também pesaram no mercado os comentários do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, de que o presidente Donald Trump imporá tarifas na mesma proporção que ameaçou no mês passado aos parceiros comerciais que não negociarem de “boa fé”.

“A fraqueza de hoje é simplesmente a continuação da descontrolada trajetória do petróleo bruto, que não leva a lugar nenhum, com o último movimento desencadeado pelo rebaixamento da Moody’s e, principalmente, pelo alerta de Scott Bessent”, disse Ole Hansen, do Saxo Bank.

Os dados oficiais chineses divulgados na segunda-feira mostraram que o crescimento da produção industrial desacelerou em abril, embora o desempenho ainda tenha sido melhor do que os economistas esperavam.

Os investidores estão de olho no progresso das negociações nucleares entre Irã e EUA, com a incerteza sobre o resultado limitando as perdas nos preços do petróleo.

O enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, disse no domingo que qualquer acordo deve incluir um acordo para não enriquecer urânio, um comentário que rapidamente atraiu críticas de Teerã.

“As negociações nucleares entre os EUA e o Irã não são claras e podem levar muitos meses”, disse John Evans, corretora de petróleo PVM.

Matéria publicada na Reuters, no dia 19/05/2025, às 05:49 (horário de Brasília)