Petróleo se estabiliza com mercado avaliando negociações entre EUA e Irã e sinais de demanda
Os preços do petróleo se estabilizaram na terça-feira devido à incerteza nas negociações entre EUA e Irã e nas conversas de paz entre Rússia e Ucrânia, enquanto novos dados do governo mostraram uma perspectiva cautelosa para a economia da China, maior importadora de petróleo bruto.
Os contratos futuros do Brent para julho caíram 7 centavos, ou 0,1%, para US$ 64,75 o barril às 06h47 (horário de Brasília).
Os contratos futuros do petróleo bruto West Texas Intermediate dos EUA para junho, que vencem na terça-feira, ficaram estáveis em US$ 64,8, enquanto o contrato mais ativo para julho caiu 5 centavos, ou cerca de 0,1%, para US$ 62,1 o barril.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, expressou dúvidas sobre se as negociações nucleares com os EUA levarão a um acordo, informou a Mehr News, enquanto Teerã analisa uma proposta para realizar uma quinta rodada de negociações.
Um acordo entre os dois países permitiria ao Irã aumentar as exportações de petróleo em 300.000 barris para 400.000 barris por dia se as sanções fossem aliviadas, disse o analista da StoneX, Alex Hodes.
Os preços foram limitados pelo presidente dos EUA, Donald Trump, indicando que não estava pronto para se juntar à Europa com novas sanções para pressionar Moscou, enquanto o presidente Vladimir Putin e a Ucrânia iniciariam imediatamente as negociações para um cessar-fogo.
“Uma resolução imediata da guerra entre Rússia e Ucrânia, no entanto, parece improvável. Portanto, embora possa levar a mais petróleo russo no mercado, é incerta e tem um prazo definido, já que a Rússia ainda está vinculada às suas obrigações com a OPEP+”, disse o analista-chefe de commodities, Bjarne Schieldrop.
Aumentando ainda mais a pressão sobre os preços do petróleo, dados mostraram desaceleração no crescimento da produção industrial e das vendas no varejo na China, o maior importador de petróleo do mundo, com analistas prevendo uma desaceleração na demanda por combustível.
No entanto, a análise não refletiu uma pausa de 90 dias nas tarifas entre os EUA e a China, com o Goldman Sachs apontando para uma retomada nos fluxos comerciais com a China na noite de segunda-feira.
Além da macroeconomia, da geopolítica e do atual ambiente de negociação de manchetes, é difícil prever quando “o clima mudaria de rumo”, escreveu o analista Tamas Varga aos clientes.
Matéria publicada na Reuters, no dia 20/05/2025, às 04:25 (horário de Brasília)