Os preços do petróleo devem se recuperar esta semana com a retomada das negociações comerciais entre EUA e China
Os preços do petróleo caíram na sexta-feira, mas estavam a caminho de seu primeiro ganho semanal em três semanas depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping, retomaram as negociações comerciais, aumentando as esperanças de crescimento e demanda mais forte nas duas maiores economias do mundo.
Os contratos futuros do petróleo Brent caíram 28 centavos, ou 0,4%, para US$ 65,06 o barril às 06h14 (horário de Brasília). O petróleo bruto West Texas Intermediate, dos EUA, perdeu 36 centavos, ou 0,6%, para US$ 63,01.
Na comparação semanal, ambos os benchmarks estavam a caminho de uma alta após duas semanas consecutivas de queda. O Brent avançou 1,8% nesta semana, enquanto o WTI está sendo negociado com alta de 3,7%.
A agência de notícias oficial chinesa Xinhua informou que as negociações comerciais entre Xi e Trump ocorreram a pedido de Washington. Trump disse que a ligação levou a uma “conclusão muito positiva”, acrescentando que os EUA estavam “em ótimas relações com a China e o acordo comercial”.
O Canadá também deu continuidade às negociações comerciais com os EUA, com o primeiro-ministro Mark Carney em contato direto com Trump, de acordo com a ministra da Indústria, Melanie Joly.
O mercado de petróleo continuou oscilando com notícias sobre negociações tarifárias e dados mostrando como a incerteza comercial e o impacto dos impostos dos EUA estão afetando a economia global.
“O potencial de aumento das sanções dos EUA na Venezuela para limitar as exportações de petróleo bruto e o potencial ataque israelense à infraestrutura iraniana aumentam os riscos de alta para os preços”, disseram analistas da BMI, uma afiliada da Fitch, em nota na sexta-feira.
“Mas tanto a fraca procura de petróleo como o aumento da produção
tanto de produtores da OPEP+ quanto de produtores não pertencentes à OPEP aumentarão as pressões de queda nos preços nos próximos trimestres.”
A Arábia Saudita, principal exportadora, reduziu os preços do petróleo bruto para a Ásia em julho para níveis próximos às mínimas em dois meses. Essa foi uma redução de preço menor do que o esperado após a OPEP+ concordar em aumentar a produção em 411.000 barris por dia em julho.
O reino vinha pressionando por um aumento maior na produção, parte de uma estratégia mais ampla para reconquistar participação de mercado e disciplinar os superprodutores na OPEP+, que agrupa a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, incluindo a Rússia.
“O mercado parece equilibrado no 2º/3º trimestre, de acordo com nossas estimativas, já que a demanda por petróleo aumenta no verão e atinge o pico em julho-agosto, acompanhando os aumentos de oferta da OPEP+”, disse o HSBC em nota.
“Posteriormente, os aumentos acelerados da OPEP+ devem levar o mercado a um superávit maior no 4T25 do que o previsto anteriormente”, acrescentou o banco.
Matéria publicada na Reuters, no dia 06/06/2025, às 03:35 (horário de Brasília)