Petróleo sobe enquanto investidores avaliam perspectivas de mercado, tarifas e sanções
Os preços do petróleo subiram cerca de 1% na sexta-feira, com os investidores avaliando um mercado imediato apertado em comparação com um potencial grande superávit previsto pela AIE neste ano, enquanto tarifas dos EUA e possíveis sanções adicionais à Rússia também estavam em foco.
Os contratos futuros do petróleo Brent subiram 76 centavos, ou 1,11%, para US$ 69,40 o barril, às 08h53 (horário de Brasília). O petróleo bruto West Texas Intermediate, dos EUA, subiu 82 centavos, ou 1,23%, para US$ 67,39 o barril.
Nesses níveis, o Brent caminhava para um ganho de 1,6% na semana, enquanto o WTI subia cerca de 0,6% em relação ao fechamento da semana passada.
A AIE disse na sexta-feira que o mercado global de petróleo pode estar mais apertado do que parece , com a demanda apoiada pelo pico de operação das refinarias no verão para atender às viagens e à geração de energia.
Os contratos futuros do Brent para setembro estavam sendo negociados com um prêmio de US$ 1,11 em relação aos contratos futuros de outubro às 08h53 (horário de Brasília).
“Civis, estejam eles no ar ou na estrada, estão mostrando uma disposição saudável para viajar”, disse o analista da PVM, John Evans, em nota na sexta-feira.
Apesar do aperto imediato, a AIE aumentou sua previsão para o crescimento da oferta neste ano, ao mesmo tempo em que reduziu sua perspectiva para o crescimento da demanda, o que sugere um mercado superavitário.
“A OPEP+ aumentará rápida e significativamente a oferta de petróleo. Há uma ameaça de excesso de oferta significativo. No curto prazo, porém, os preços do petróleo permanecem sustentados”, disseram analistas do Commerzbank em nota.
Dando ainda mais suporte à perspectiva de curto prazo, o vice-primeiro-ministro russo Alexander Novak disse na sexta-feira que a Rússia compensará a superprodução em relação à sua cota da OPEP+ neste ano, em agosto-setembro.
Outro sinal de forte demanda imediata por petróleo foi a perspectiva de a Arábia Saudita enviar cerca de 51 milhões de barris de petróleo bruto em agosto para a China, o maior embarque desse tipo em mais de dois anos.
No longo prazo, no entanto, a agência rival de previsão, a OPEP, cortou suas previsões para a demanda global de petróleo em 2026 para 2029 devido à desaceleração da demanda chinesa, disse o grupo em seu Relatório Mundial do Petróleo para 2025, publicado na quinta-feira.
Ambos os contratos futuros de referência perderam mais de 2% na quinta-feira, com os investidores preocupados com o impacto da evolução da política tarifária de Trump no crescimento econômico global e na demanda por petróleo.
“Os preços recuperaram parte dessa queda depois que o presidente Trump disse que planeja fazer uma declaração ‘importante’ sobre a Rússia na segunda-feira. Isso pode deixar o mercado nervoso com a possibilidade de novas sanções à Rússia”, escreveram analistas do ING em nota a clientes.
Trump expressou frustração com o presidente russo Vladimir Putin devido à falta de progresso na paz com a Ucrânia e ao bombardeio crescente da Rússia em cidades ucranianas.
A Comissão Europeia deve propor um teto flutuante para o preço do petróleo russo esta semana como parte de um novo pacote de sanções, mas a Rússia disse que tem “boa experiência” em lidar e minimizar tais desafios.
Matéria publicada na Reuters, no dia 11/07/2025, às 06:22 (horário de Brasília)