Aprovação de Lula cai a 48% após disputa com Trump esfriar, mostra AtlasIntel

A popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva caiu em agosto, indicando que o impulso obtido após o embate comercial com Donald Trump foi de curta duração.

A aprovação de Lula recuou para 48%, dois pontos a menos em relação a julho, segundo a pesquisa LatAm Pulse, conduzida pela AtlasIntel para a Bloomberg News e publicada nesta quinta-feira (27). Já a desaprovação subiu um ponto, para 51% no mesmo período.

O líder de esquerda havia registrado alta na aprovação depois que Trump ameaçou, em julho, impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros caso o Supremo Tribunal Federal não interrompesse imediatamente o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe.

Lula enquadrou as tarifas — que passaram a valer no início deste mês — e as sanções americanas contra um ministro do STF como uma ameaça à soberania nacional, usando o conflito para se projetar como principal defensor do Brasil contra interferências externas.

Tarcísio supera Lula

Embora o enfraquecimento desse efeito não surpreenda auxiliares de Lula, que já esperavam que fosse temporário, o resultado indica que o presidente precisará encontrar uma mensagem mais contundente antes da eleição de 2026.

A pesquisa mostrou Lula atrás do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ex-ministro do governo Bolsonaro, por 48,4% a 46,6% em um eventual segundo turno.

Contra Bolsonaro — que está inelegível — Lula aparece empatado, com 48,3% cada. Já contra Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama apontada como possível alternativa, Lula venceria por 48,8% a 47,9%.

A ligeira vantagem de Tarcísio marca uma reversão em relação a julho, quando Lula liderava por cerca de 4 pontos. O resultado tende a agradar investidores, que enxergam o governador como uma alternativa mais amigável ao mercado do que tanto Lula quanto Bolsonaro.

Tarcísio, porém, tem reiterado que não pretende disputar a Presidência e afirmou nesta semana que pretende concorrer à reeleição em São Paulo.

Aliados dizem que ele dificilmente entrará na disputa sem o apoio explícito de Bolsonaro, que até agora evita “passar o bastão”, insistindo que será candidato novamente, apesar da inelegibilidade. Com a crescente especulação em torno de Tarcísio nos últimos dias, os filhos de Bolsonaro passaram a reagir à ideia.

O deputado Eduardo Bolsonaro, que atualmente vive nos EUA, criticou nesta terça-feira, em publicação nas redes sociais, os esforços para encontrar um substituto para seu pai:

“Qualquer decisão política será tomada por nós”, escreveu.

A AtlasIntel ouviu 6.238 pessoas em todo o Brasil entre 20 e 25 de agosto, com margem de erro de 1 ponto percentual e nível de confiança de 95%.

Matéria publicada no portal InfoMoney, no dia 28/08/2025, às 07:28 (horário de Brasília)