Banco Central corta projeção do PIB de 2025 e vê inflação próxima à meta em 2028

Banco Central (BC) piorou sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 de 2,1% para 2%, de acordo com o Relatório de Política Monetária divulgado nesta quinta-feira (25). Para 2026, a expectativa é de expansão de 1,5%.

O relatório pondera que a economia brasileira segue em moderação. Após crescer 1,3% no primeiro trimestre, o crescimento econômicoavançou 0,4% nos três meses seguintes de 2025, refletindo perda de fôlego em setores menos sensíveis ao ciclo econômico, embora os segmentos mais cíclicos tenham mantido ritmo positivo.

mercado de trabalho, por sua vez, continua aquecido: a taxa de desemprego caiu para 5,7% entre abril e julho, o menor nível da série histórica.

Além disso, a autarquia prevê um crescimento do crédito maior no país este ano, de 8,8% ante estimativa de 8,5% feita em junho. A expectativa é que o crédito às famílias suba 9,4% e, para as empresas, 8%.

Já em relação à inflação, os diretores afirmam que os preços ainda preocupam, apesar de alguma desaceleração.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 12 meses recuou de 5,32% em maio para 5,13% em agosto, influenciado pela apreciação do real e pela queda nos preços de alimentos e bens industriais. Porém, a inflação de serviços segue pressionada pelo mercado de trabalho aquecido e pelo hiato do produto positivo.

Nas projeções do BC, a inflação deve permanecer acima do teto da meta nos próximos meses, encerrando 2025 em 4,8% e desacelerando para 3,6% em 2026. Para o horizonte relevante da política monetária, no primeiro trimestre de 2027, a projeção é de 3,4% e, para os três primeiros meses de 2028, é de e 3,1%.

Vale lembrar que a meta de inflação é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Pelas projeções da autarquia, os preços só devem voltar a se aproximar do centro desse objetivo em 2028.

Eles destacaram ainda que, embora tenha havido uma leve redução nas expectativas para esta ano, a trajetória inflacionária continua desafiadora, exigindo cautela na condução da política monetária.

A mensagem sobre a condução da taxa de juros básica é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) seguirá “vigilante”. O colegiado avalia se a manutenção da Selic em 15% ao ano por período bastante prolongado é suficiente para levar a inflação à meta.

Em relação ao cenário global, o BC afirma que segue adverso. Tensões geopolíticas e incertezas sobre a condução da política econômica nos Estados Unidos têm elevado a volatilidade nos mercados e pressionado as condições financeiras internacionais.

Matéria publicada no portal MoneyTimes, no dia 25/09/2025, às 08:36 (horário de Brasília)