Petróleo cai com plano da OPEP+ aumentando expectativas de excedente de oferta

 Os preços do petróleo caíram na terça-feira, antes de outro aumento de produção previsto pela OPEP+ e à medida que a retomada das exportações de petróleo da região do Curdistão iraquiano via Turquia reforçou as expectativas do mercado de um excedente de oferta.

Os contratos futuros do petróleo Brent para entrega em novembro, com vencimento na terça-feira, caíram US$ 1,03, ou 1,5%, para US$ 66,94 o barril às 09h11 (horário de Brasília).

O petróleo bruto West Texas Intermediate dos EUA estava sendo negociado a US$ 62,21 o barril, queda de US$ 1,24, ou 2%.

As quedas estendem as quedas de segunda-feira, quando tanto o Brent quanto o WTI fecharam mais de 3% abaixo, seus maiores declínios diários desde 1º de agosto.

A pressão de venda se intensificou quando fontes da OPEP+ sugeriram outro aumento na produção, após os preços caírem após a retomada das exportações de petróleo bruto da região do Curdistão iraquiano via Turquia, disse o analista da PVM, Tamas Varga.

Em uma reunião agendada para domingo, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, incluindo a Rússia, conhecidos como OPEP+, provavelmente aprovarão outro aumento na produção de petróleo de pelo menos 137.000 barris por dia, disseram três fontes familiarizadas com as negociações.

O Goldman Sachs disse na terça-feira que espera que a OPEP+ aumente as cotas de produção de petróleo em 140.000 barris por dia para novembro.

Enquanto isso, o petróleo bruto fluiu no sábado por um oleoduto da região semiautônoma do Curdistão, no norte do Iraque, para a Turquia pela primeira vez em dois anos e meio, depois que um acordo provisório quebrou um impasse, disse o Ministério do Petróleo do Iraque.

O mercado permaneceu cauteloso nas últimas semanas, equilibrando os riscos de fornecimento, decorrentes principalmente dos ataques de drones da Ucrânia às refinarias russas, com expectativas de excesso de oferta e demanda fraca.

Em outro lugar, o presidente dos EUA, Donald Trump, obteve o apoio do primeiro-ministro israelense Netanyahu para uma proposta de paz em Gaza apoiada pelos EUA, mas a posição do Hamas era incerta.

Em um cenário ideal, o tráfego marítimo pelo Canal de Suez retornaria ao normal após um acordo de paz em Gaza, o que removeria uma parcela significativa do prêmio de risco geopolítico, disse Varga, da PVM.

Somando-se ao sentimento de baixa, o risco potencial de uma paralisação do governo dos EUA aumentou as preocupações com a demanda, disseram analistas do ANZ em uma nota na terça-feira.

Matéria publicada na Reuters, no dia 30/09/2025, às 06:16 (horário de Brasília)