Ata do Fed: Maioria dos membros do Fed considera risco de alta para inflação

A maioria dos participantes da reunião de setembro do Federal Open Market Comittee (FOMC) do Federal Reserve considera risco de alta para as perspectivas de inflação, segundo ata da reunião, divulgada nesta quarta-feira (8).

“A maioria dos participantes observou que era apropriado mudar a taxa básica em direção a uma configuração mais neutra, porque eles julgaram que os riscos de baixa para o emprego haviam aumentado”, disse a ata, que capturou a discussão emergente entre autoridades do Fed mais preocupadas com a proteção do mercado de trabalho e relativamente despreocupadas agora com a inflação, incluindo o novo diretor Stephen Miran, e aqueles que veem sinais de que a inflação permanece persistentemente acima da meta de 2% do banco central dos EUA.

No entanto, ao mesmo tempo, “a maioria dos participantes enfatizou os riscos de alta em suas perspectivas para a inflação, apontando para leituras de inflação que se afastam ainda mais de 2%, incerteza contínua sobre os efeitos das tarifas” e outros fatores, segundo a ata.

Quase todos os participantes do Comitê defenderam o corte de 0,25 ponto percentual na última reunião, apenas um dos integrantes considerava viável corte de 0,50 p.p. A decisão sobre cortar os juros não era vista como a única possível pelos membros, uma vez que alguns integrantes “viram mérito” na manutenção ou teriam defendido essa possibilidade.

Investidores definiram suas expectativas para duas reduções, mas a ata mostrou um debate texturizado sobre os riscos enfrentados pela economia dos EUA e sobre o grau de restrição que a política monetária atual está realmente exercendo sobre investimentos e gastos.

Falando a repórteres após o final da reunião do mês passado, o chair do Fed, Jerome Powell, disse que a política monetária permaneceu em um “nível claramente restritivo”, embora não tenha se comprometido com novas reduções.

A próxima reunião de política monetária do Fed está programada para 28 e 29 de outubro, com outro corte de 0,25 ponto percentual precificado pelos mercados financeiros.

A análise e os comentários desde a reunião do mês passado, entretanto, foram complicados pela paralisação do governo federal, que atrasou a divulgação do relatório de empregos de setembro e pode adiar a publicação da próxima rodada de dados de preços ao consumidor, prevista para a próxima semana.

Matéria publicada no portal InfoMoney, no dia 08/10/2025, às 15:34 (horário de Brasília)