Preços do petróleo caem com redução do prêmio de risco após acordo em Gaza

Os preços do petróleo caíram na sexta-feira, após se estabilizarem em cerca de 1,6% na sessão anterior, à medida que o prêmio de risco do mercado diminuiu depois que Israel e o Hamas concordaram com a primeira fase de um plano para encerrar a guerra em Gaza.

Os contratos futuros do petróleo Brent caíam 91 centavos, ou 1,4%, para US$ 64,31 o barril às 09h00 (horário de Brasília). O petróleo bruto West Texas Intermediate, dos EUA, caía 91 centavos, ou 1,5%, para US$ 60,60.

“Finalmente, ter algum tipo de processo de paz no Oriente Médio está amenizando um pouco a situação”, disse Bjarne Schieldrop, analista-chefe de commodities do SEB. Isso poderia aliviar os temores sobre os navios petroleiros que passam pelo Canal de Suez e pelo Mar Vermelho, disse ele.

Brent Benchmark no caminho para ganho semanal

Israel e o grupo militante palestino Hamas assinaram um acordo de cessar-fogo na quinta-feira, na primeira fase do plano do presidente dos EUA, Donald Trump, para encerrar a guerra em Gaza.

Pelo acordo, que o governo de Israel ratificou na sexta-feira, os combates cessarão, Israel se retirará parcialmente de Gaza e o Hamas libertará todos os reféns restantes capturados no ataque que precipitou a guerra, em troca de centenas de prisioneiros mantidos por Israel.

Vários navios foram atacados pelos Houthis, alinhados ao Irã, no Iêmen desde 2023, visando navios que eles consideram ligados a Israel, no que descreveram como solidariedade aos palestinos em relação à guerra em Gaza.

Na comparação semanal, o Brent subiu cerca de 1% até agora. O WTI caiu 0,5%. Ambas as referências caíram acentuadamente na semana passada.

Os preços subiram cerca de 1% na quarta-feira, atingindo a maior alta em uma semana, devido ao progresso estagnado no acordo de paz com a Ucrânia, um sinal de que as sanções contra a Rússia, o segundo maior exportador de petróleo do mundo, podem continuar.

O acordo de cessar-fogo em Gaza significa que o foco pode voltar ao iminente excedente de petróleo, à medida que a OPEP prossegue com a descontinuação dos cortes de produção, disse Daniel Hynes, analista do ANZ.

Um aumento menor do que o esperado na produção em novembro, acordado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) no domingo, aliviou algumas dessas preocupações com excesso de oferta.

“As expectativas do mercado de um aumento acentuado na oferta de petróleo bruto não se manifestaram em preços substancialmente mais baixos”, disseram analistas da BMI em nota na sexta-feira.

“O aumento mais recente na produção é menor do que o temido anteriormente, contribuindo para um ligeiro aumento nos preços na semana”, disseram eles.

Os investidores também estão preocupados que uma paralisação prolongada do governo dos EUA possa prejudicar a economia americana e a demanda por petróleo no maior consumidor de petróleo bruto do mundo.

Matéria publicada na Reuters, no dia 10/10/2025, às 06:05 (horário de Brasília)