Agenda da semana: Dividendos da Petrobras e expectativas sobre PIB e inflação dos EUA
A semana começa com uma série de indicadores importantes para os investidores colocarem na agenda. Nos Estados Unidos, os próximos dias têm divulgações do PIB do primeiro trimestre e do indicador inflacionário PCE , o que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) mais acompanha. Ainda no exterior, há a decisão monetária do BoJ, o banco central japonês. Por aqui, a agenda corporativa é o destaque. Hoje, os investidores devem repercutir a decisão da Petrobras de distribuir 50% dos dividendos extraordinários. Nos próximos dias, o que fica no radar é a temporada de balanços, que já começa com divulgações de companhias como Usiminas e Vale. No calendário de indicadores, o IPCA-15, conhecido como “prévia da inflação” é o destaque da semana.
Ontem (21), saiu a notícia de que o presidente Lula (PT) deu sinal verde para o governo votar pela distribuição de 50% dos dividendos extraordinários da Petrobras. Na prática, isso significa que caso a medida seja aprovada, os cofres públicos devem receber R$ 6 bilhões, tendo em vista que a União é a acionista controladora estatal.
A notícia, inclusive, deve ser bem recebida pelos investidores. Para quem não se lembra, quando foi anunciado o corte da distribuição dos dividendos extraordinários, a notícia repercutiu negativamente e derrubou as ações da estatal.
Ainda na agenda corporativa da semana, começa a temporada de balanços por aqui. Amanhã (23), a Usiminas divulga seus resultados e na quarta-feira (24) é dia da Vale. Recentemente, o relatório de produção da mineradora animou os analistas e ajudou a impulsionar as ações da companhia. Portanto, caso o balanço também seja bem recebido, isso pode ajudar a puxar o Ibovespa para cima, já que a companhia é uma das que têm maior peso no índice.
Na agenda de indicadores, o ponto alto fica por conta do IPCA-15 de abril, que será divulgado às 9h da sexta-feira (26). O índice é conhecido como “prévia da inflação” e ajuda os investidores a calibrarem suas apostas para o futuro da Selic. Recentemente, a inflação oficial de março ficou em 0,16%, abaixo das expectativas. O resultado trouxe um certo alivio para o mercado. Afinal, uma inflação sob controle é o cenário perfeito para o Banco Central acelerar os cortes nos juros.
Por falar em indicador, a agenda dos Estados Unidos nesta semana é cheia. Na quinta-feira (25), há a divulgação da primeira leitura do PIB do primeiro trimestre. Como bem se sabe, caso a atividade continue pujante por lá, as apostas em um corte de juros em breve perdem força.
E não é só isso. No dia seguinte (26), há ainda a divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE, da sigla em inglês). O indicador é o “favorito” do Federal Reserve para balizar suas decisões monetárias. Portanto, o indicador será acompanhado de lupa pelo mercado e seu resultado deve ajudar a mexer não só com as taxas dos títulos públicos americanos, mas também com o dólar.
Na agenda de balanços lá fora, algumas das chamadas “big techs” mostram seus resultados nos próximos dias. É o caso da Meta (dona do Facebook), Microsoft e Alphabet (dona do Google).
Por último, mas não menos importante, a semana ainda tem decisão monetária no Japão. O BoJ divulga sua taxa de juros na madrugada da sexta-feira (26) e há quem aposte que, dessa vez, os juros (ainda em 0%) voltem a subir.
Matéria publicada pelo Valor Investe no dia 22/04/2024, às 07h28 (horário de Brasília)