Autoridade palestina diz que Hamas concorda com proposta de Gaza, mas Israel a rejeita

Uma autoridade palestina disse na segunda-feira que o Hamas concordou com uma proposta do enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, para um cessar-fogo em Gaza, mas uma autoridade israelense negou que a proposta fosse de Washington e acrescentou que nenhum governo israelense poderia aceitá-la.

Witkoff também rejeitou a noção de que o Hamas havia aceitado sua oferta de um acordo de reféns e um cessar-fogo em Gaza, dizendo à Reuters que o que ele viu era “completamente inaceitável” e que a proposta em discussão não era a mesma que a dele.

A autoridade palestina, que é próxima do Hamas, disse à Reuters que a proposta envolveria a libertação de 10 reféns e um cessar-fogo de 70 dias e foi recebida pelo Hamas por meio de mediadores.

“A proposta inclui a libertação de 10 reféns israelenses vivos mantidos pelo Hamas em dois grupos em troca de um cessar-fogo de 70 dias e uma retirada parcial da Faixa de Gaza”, disse a fonte.

Também incluiu a libertação de vários prisioneiros palestinos por Israel, incluindo centenas cumprindo longas penas de prisão.

Uma autoridade israelense rejeitou a proposta, dizendo que nenhum governo responsável poderia aceitar tal acordo e rejeitando a afirmação de que o acordo correspondia ao proposto por Witkoff.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse mais tarde em uma mensagem gravada nas redes sociais que “esperava muito” poder dar detalhes sobre a luta de Israel contra o Hamas e a libertação dos reféns, “hoje, e se não for hoje, faremos amanhã”.

Seu gabinete não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre o vídeo.

Em 18 de março, Israel efetivamente encerrou o acordo de cessar-fogo de janeiro com o Hamas e retomou sua campanha militar em Gaza. O Hamas e facções aliadas começaram a disparar foguetes e ataques dois dias depois.

O Hamas disse que está disposto a libertar todos os reféns restantes capturados por seus homens armados em ataques a comunidades no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, e concordar com um cessar-fogo permanente se Israel se retirar completamente de Gaza.

Netanyahu disse que Israel só estaria disposto a concordar com um cessar-fogo temporário em troca da libertação de reféns, prometendo que a guerra só poderá terminar quando o Hamas for erradicado.

Israel lançou uma guerra aérea e terrestre em Gaza após o ataque transfronteiriço dos militantes liderados pelo Hamas, que matou 1.200 pessoas, segundo estimativas israelenses, com 251 reféns sequestrados em Gaza.

O conflito já matou quase 54 mil palestinos, segundo autoridades de saúde de Gaza, e devastou a faixa costeira. Grupos humanitários afirmam que os sinais de desnutrição grave são generalizados.

Matéria publicada na Reuters, no dia 26/05/2025, às 18:14 (horário de Brasília)