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A China criou uma lista de produtos fabricados nos EUA que seriam isentos de suas tarifas de 125% e está notificando discretamente as empresas sobre a política, disseram duas pessoas familiarizadas com o assunto, enquanto Pequim busca aliviar o impacto de sua guerra comercial com Washington.

A China já concedeu isenções tarifárias a produtos selecionados, incluindo alguns produtos farmacêuticos, microchips e motores de aeronaves, e solicitou às empresas que identificassem produtos essenciais que precisam ser isentos de impostos, informou a Reuters na sexta-feira. No entanto, a existência de uma chamada “lista branca” não havia sido relatada anteriormente.

A abordagem silenciosa permite que Pequim, que repetidamente disse estar disposta a lutar até o fim, a menos que os EUA levantem suas tarifas de 145%, mantenha sua mensagem pública enquanto toma medidas práticas em particular para fazer concessões.

Não ficou imediatamente claro quantos e quais produtos foram incluídos na lista, que as autoridades não compartilharam publicamente, disseram as duas fontes, que não quiseram ser identificadas porque a informação não era pública.

Em vez disso, as empresas estão sendo contatadas privadamente pelas autoridades e notificadas sobre a existência de uma lista de classificações de produtos que seriam isentas das tarifas, de acordo com uma das fontes que trabalha em uma empresa farmacêutica que vende medicamentos fabricados nos EUA na China.

A empresa foi contatada pelo governo de Xangai Pudong na segunda-feira sobre a lista, disse a fonte, acrescentando que a empresa já havia feito lobby por isenções tarifárias, pois depende de tecnologias dos EUA para alguns de seus produtos.

“Ainda temos muitas tecnologias que precisamos dos EUA”, disse a pessoa.

Outra fonte disse que algumas empresas foram solicitadas a entrar em contato com as autoridades em particular para perguntar se seus próprios produtos importados se qualificam para a isenção.

A lista de produtos isentos também parece estar crescendo: a China revogou tarifas sobre importações de etano dos EUA, informou a Reuters na terça-feira.

Os principais processadores de etano já haviam buscado isenções tarifárias de Pequim porque os EUA são os únicos fornecedores.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na terça-feira que acredita que um acordo comercial com a China está próximo. “Mas será um acordo justo”, disse ele.

Os ministérios do comércio e da alfândega da China não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.

Avaliando o impacto

Duas outras fontes disseram que a China também está pesquisando empresas para avaliar o impacto da guerra tarifária.

Em uma reunião recente, autoridades do leste da China pediram a um grupo de lobby empresarial estrangeiro que “comunicasse todas as situações críticas causadas por tensões tarifárias para avaliar casos específicos”, disse à Reuters uma pessoa com conhecimento direto do assunto.

A pessoa se recusou a revelar o nome da cidade onde as autoridades realizaram a reunião, pois o encontro não era público.

Autoridades do governo em Xiamen, uma cidade no sudeste da província de Fujian que abriga um grande porto e uma base de fabricação de eletrônicos, também enviaram uma pesquisa no domingo às empresas para avaliar os impactos das tarifas, disse uma fonte com conhecimento direto do assunto.

A pesquisa foi enviada a empresas têxteis e de semicondutores e incluiu perguntas sobre produtos que elas comercializam com os EUA e o impacto estimado das tarifas americanas e chinesas em seus negócios, disse a fonte.

Matéria publicada na Reuters, no dia 30/04/2025, às 01:00 (horário de Brasília)