Clima frio e dólar em queda elevam preços do petróleo ao patamar mais alto desde outubro
Os preços do petróleo subiram nesta segunda-feira, permanecendo nos níveis mais altos desde meados de outubro, com o clima mais frio estimulando a compra, enquanto um dólar mais fraco e expectativas de sanções mais rígidas às exportações de petróleo do Irã e da Rússia forneceram suporte adicional.
Os futuros do Brent subiram 49 centavos, ou 0,6%, para US$ 77 por barril, marcando o maior nível desde 14 de outubro.
O petróleo dos EUA, West Texas Intermediate (WTI), subiu 49 centavos, ou 0,7%, para US$ 74,45, atingindo seu nível mais alto desde 11 de outubro.
O petróleo já havia acumulado cinco sessões de ganhos, impulsionado por esperanças de aumento da demanda devido ao clima mais frio no Hemisfério Norte e a novos estímulos fiscais para revitalizar a economia vacilante da China.
O Brent foi sustentado por temperaturas abaixo da média no noroeste da Europa e nos Estados Unidos, pela alta nos preços do gás natural e pelas margens de lucro mais altas no refino, disse o analista da SEB, Bjarne Schieldrop.
Um dólar mais fraco também impulsionou os preços. Uma moeda americana mais fraca torna as commodities cotadas em dólar, como o petróleo, mais baratas para compradores que utilizam outras moedas.
O dólar caiu 1% nesta segunda-feira após o Washington Post informar que o presidente eleito Donald Trump estava considerando tarifas aplicáveis apenas a importações críticas.
Os investidores também aguardam notícias econômicas para obter mais pistas sobre o consumo de energia e as perspectivas de taxas de juros do Federal Reserve dos EUA. A ata da última reunião do Fed será divulgada na quarta-feira, e o relatório de empregos de dezembro está programado para sexta-feira.
Enquanto isso, a Saudi Aramco, maior exportadora de petróleo do mundo, aumentou os preços do petróleo para compradores na Ásia em fevereiro, marcando o primeiro aumento em três meses. Esse aumento geralmente indica expectativas de demanda mais forte.
No front da oferta, sanções ocidentais mais rígidas contra os embarques de petróleo do Irã e da Rússia são uma possibilidade distinta.
A administração Biden planeja impor mais sanções à Rússia devido à guerra na Ucrânia, mirando as receitas do petróleo com ações contra navios-tanque que transportam petróleo russo, disseram duas fontes com conhecimento do assunto no domingo.
O Goldman Sachs espera que a produção e as exportações de petróleo do Irã caiam no segundo trimestre como resultado de mudanças políticas esperadas e sanções mais rígidas da administração do futuro presidente dos EUA, Donald Trump.
A produção no país membro da OPEP pode cair 300.000 barris por dia (bpd), para 3,25 milhões bpd no segundo trimestre, disse o banco.
Matéria publicada pela Reuters no dia 06/01/2025, às 10h43 (horário de Brasília)