Conab vê alta na exportação de soja do Brasil em 25/26 com impulso da China

A exportação de soja do Brasil 2025/26 foi estimada nesta quinta-feira em recorde de 112,12 milhões de toneladas, ante 106,66 milhões no ciclo anterior, com impulso dos embarques para a China, que trava uma guerra comercial com os Estados Unidos, segundo avaliação da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

“Com a previsão de redução nas exportações dos Estados Unidos e o aumento da procura global, aliado à expansão da produção brasileira, espera-se um crescimento expressivo das exportações brasileiras, sobretudo para a China, que absorve cerca de 73% da soja exportada pelo Brasil”, disse a Conab.

A exportação de milho do Brasil em 2025/26 foi estimada em 46,5 milhões de toneladas, ante 40 milhões no ciclo anterior.

A área plantada com soja no Brasil em 2025/26, cujo plantio está em fase inicial, foi estimada em 49,08 milhões de hectares, o que representa uma alta de 3,7% ante o ciclo anterior, com a demanda global pelo produto em expansão, afirmou nesta quinta-feira (18) a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Os dados do estudo “Perspectivas para a Agropecuária 2025/2026” apontam ainda que a safra no maior produtor e exportador de soja poderia alcançar um novo recorde de 177,67 milhões de toneladas, alta de 3,6% ante o ciclo anterior, considerando uma produtividade praticamente estável versus 2024/25.

“Caso não haja nenhum problema climático, a produção nacional deve alcançar mais um recorde produtivo, reforçando a posição do Brasil como maior produtor mundial de soja”, afirmou a estatal em nota.

Segundo a Conab, a demanda global pela oleaginosa continua em expansão, impulsionada pelo aumento do esmagamento para alimentação animal e pela maior produção de biocombustíveis, tanto no Brasil quanto no exterior.

A agência afirmou que, mesmo com preços internos pressionados e desafios de rentabilidade, “a cultura mantém elevada liquidez e retorno atrativo aos produtores”.

A Conab indicou um aumento de 3,1% na área plantada com soja em Mato Grosso, principal produtor brasileiro, para 13,13 milhões de hectares, e apontou avanços percentuais maiores nas novas fronteiras, como Pará (11,2%, para 1,4 milhão de hectares), Bahia (9,4%, para 2,33 milhões de hectares), Tocantins (7,4%, para 1,68 milhão de hectares) e Maranhão (6%, para 1,5 milhão de hectares).

O crescimento de área do principal produto do agronegócio brasileiro ocorreria mesmo em um cenário de juros e custos mais altos, fatores vistos por analistas privados como limitadores da expansão, segundo analistas ouvidos pela Reuters.

Matéria publicada na Reuters, no dia 18/09/2025, às 17:44 (horário de Brasília)