Entenda a importância do Estreito de Ormuz para o mercado mundial de petróleo

Com a recente escalada de tensões no Oriente Médio – ataque contra Israel em outubro de 2023, incursões na Faixa de Gaza desde então, e ataques aéreos mútuos entre Israel e Irã – despertaram a apreensão a respeito do fornecimento de petróleo para o mundo. Mais especificamente, o Estreito de Ormuz.

Trata-se de um território com 210 quilômetros de extensão e que fica situado entre Irã, Omã e Emirados Árabes Unidos. A importância dele é estratégica: por lá, passam diariamente 20 milhões de barris de petróleo, 30% do mercado mundial. Por ali também passam 20% do comércio mundial de gás natural, segundo dados da Agência Internacional de Energia. Ou seja, qualquer problema ali traria consequências para a economia mundial inteira.

Dada sua localização geográfica privilegiada, o Irã vem ameaçando de forma recorrente fechar o Estreito de Ormuz como forma de protesto contra as sanções que vem sofrendo ao longo dos anos.

Em 2019, Teerã ameaçou interromper as remessas de petróleo que passavam pelo Estreito de Ormuz depois que o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, se retirou do acordo nuclear histórico assinado em 2015 por Barack Obama. O republicano também voltou com as sanções contra o país islâmico. Desde 2021 o Irã atacou ou interferiu em pelo menos 15 navios mercados com bandeira internacional, segundo dados da Marinha dos EUA.

Já em relação ao preço do petróleo, o valor do barril se manteve na casa dos 88 dólares após um “rally” na sessão anterior, devido a uma queda surpreendente dos níveis de estoques norte-americanos de petróleo, e uma queda na atividade empresarial no maior consumidor mundial da commoditie.

Os futuros do petróleo Brent caíam 0,24 dólares, ou 0,27%, para os 88,18 dólares por barril. Os futuros do petróleo West Texas Intermediate perderam 0,33 dólares, ou 0,4%, para os 83,03 dólares por barril.

Isto reverteu parte do ganho de cerca de 1,6% do Brent da sessão anterior, quando o mercado também foi impulsionado por um dólar norte-americano mais fraco e com os investidores diminuindo os seus receios sobre o conflito no Médio Oriente.

Matéria publicada pela Exame no dia 24/04/2024, às 06h48 (horário de Brasília), e adaptada pela equipe da Raion Consultoria