Estoques de petróleo dos EUA surpreendem com alta, mas tensão no Oriente Médio sustenta preços do barril
Os preços do petróleo caíram na quarta-feira após dados da indústria mostrarem que os estoques de petróleo dos EUA aumentaram mais do que o esperado, embora os futuros ainda estivessem cerca de 2% acima nesta semana, à medida que os traders consideram o conflito contínuo no Oriente Médio.
Os futuros do Brent caíram US$ 1,14, ou 1,5%, para US$ 74,90 o barril. Os futuros do petróleo West Texas Intermediate (WTI) dos EUA recuaram US$ 1,10, ou 1,53%, para US$ 70,64.
O petróleo havia fechado em alta nas duas sessões anteriores, recuperando parte das perdas de mais de 7% da semana passada. Essas quedas foram causadas por preocupações com a demanda chinesa e uma leve diminuição dos temores sobre a interrupção no fornecimento de petróleo no Oriente Médio, mas o sentimento dos investidores pareceu mudar no início desta semana.
“Dois dias de altas compensam grande parte da perda de 7% da semana passada devido às percepções de mercado sobre como as peças do quebra-cabeça da guerra estão se encaixando em um quadro em que Israel finalmente ataca diretamente o Irã”, disse o analista da PVM, John Evans.
A queda no preço desta quarta-feira ocorreu após os dados mostrarem que os estoques de petróleo dos EUA subiram 1,64 milhão de barris na semana passada, segundo fontes do mercado citando números do Instituto Americano de Petróleo (API, na sigla em inglês) na terça-feira. Analistas consultados pela Reuters esperavam um aumento de 300.000 barris.
No entanto, o impacto dos estoques sobre os preços foi parcialmente compensado por preocupações persistentes sobre o risco potencial de fornecimento de petróleo devido ao conflito no Oriente Médio.
“O mercado continua à espera da resposta de Israel ao ataque de mísseis do Irã”, disseram analistas do ING na quarta-feira, acrescentando que a força dos preços de terça-feira poderia estar relacionada à ausência de qualquer desfecho da última visita do Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a Israel.
Blinken pressionou na quarta-feira por uma pausa nos combates entre Israel e os grupos militantes Hamas e Hezbollah, mas os intensos ataques aéreos israelenses em uma cidade portuária libanesa demonstraram que não havia sinais de trégua.
“Os participantes do mercado estão precificando a possibilidade de o conflito no Oriente Médio se prolongar, com um possível acordo de cessar-fogo enfrentando impasses”, disse o estrategista de mercado da IG, Yeap Jun Rong.
Matéria publicada pela Reuters no dia 22/10/2024, às 09h01 (horário de Brasília)