Galípolo cotado para presidência do Banco Central em pacote de nomeações de Lula

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, está considerando submeter de uma vez só todas as quatro nomeações que fará para a diretoria do Banco Central, incluindo Gabriel Galípolo para a presidência do banco, disseram à Reuters pessoas familiarizadas com o assunto.

As nomeações são esperadas nas próximas semanas, de acordo com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Se aprovadas pelo Senado, as escolhas de Lula tomarão posse em 2025, dando ao presidente sete indicações no comitê de nove membros que define a taxa de juros do Banco Central, conhecido como Copom.

O Palácio do Planalto não respondeu ao pedido de comentário. O Ministério da Fazenda e o Banco Central se recusaram a comentar.

Galípolo, diretor de política monetária do Banco Central, há muito tempo é visto como um forte candidato para substituir o presidente Roberto Campos Neto, cujo mandato termina em dezembro, disseram sete fontes, que pediram anonimato para discutir as deliberações confidenciais.

Fernando Honorato, economista-chefe do Banco Bradesco, está sendo considerado para o cargo atual de Galípolo, pois tem boas relações com o Ministério da Fazenda e outros funcionários do governo, disseram três fontes. Uma das fontes observou que outros candidatos ainda estão na disputa.

O Bradesco disse que “não estava ciente do assunto”.

Outra fonte disse que Marcelo Kayath, sócio da QMS Capital e ex-diretor-gerente do Credit Suisse no Brasil, foi abordado para o cargo, mas recusou.

Kayath se recusou a comentar o assunto.

Duas fontes disseram que Gilneu Vivan, atual chefe do departamento de regulação do sistema financeiro, é um dos nomes sendo considerados para diretor de regulação, cargo atualmente ocupado por Otávio Damaso.

As mesmas duas fontes disseram que Juliana Mozachi, chefe do departamento de supervisão de conduta, é uma forte candidata para se tornar diretora de relações institucionais, substituindo Carolina Barros.

Sua nomeação também garantiria ao menos uma mulher no conselho que define as taxas, observou uma das fontes.

Tradicionalmente, os diretores de regulação e de relações institucionais são funcionários de carreira do Banco Central, diferentemente do diretor de política monetária, que dirige a mesa de câmbio e frequentemente vem do mercado financeiro.

Matéria publicada pela Reuters no dia 15/08/2024, às 17h56 (horário de Brasília)