Ganhos do petróleo limitados por incerteza sobre impacto de sanções
Os preços do petróleo subiram na quarta-feira, com o mercado se concentrando em potenciais interrupções no fornecimento devido às sanções aos petroleiros russos, embora os ganhos tenham sido atenuados pela falta de clareza sobre seu impacto.
Os contratos futuros do petróleo Brent subiram 16 centavos, ou 0,2%, para US$ 80,08 o barril às 09h50 (horário de Brasília). O petróleo bruto West Texas Intermediate dos EUA subiu 26 centavos, ou 0,34%, para US$ 77,76.
A última rodada de sanções dos EUA ao petróleo russo pode interromper significativamente o fornecimento e a distribuição de petróleo russo, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE) em seu relatório mensal do mercado de petróleo na quarta-feira, acrescentando que “o impacto total no mercado de petróleo e no acesso ao fornecimento russo é incerto”.
Uma nova rodada de angústia com as sanções parece estar sustentando os preços, juntamente com a perspectiva de uma redução semanal nos estoques dos EUA, disse Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank.
“Os petroleiros que transportam petróleo bruto russo parecem estar com dificuldades para descarregar suas cargas ao redor do mundo, o que pode gerar algum aperto no curto prazo”, acrescentou.
A questão principal continua sendo quanto da oferta russa será perdida no mercado global e se medidas alternativas podem compensar o déficit, disse o estrategista de mercado da IG, Yeap Jun Rong.
Enquanto isso, a OPEP espera que a demanda global por petróleo aumente em 1,43 milhão de barris por dia (bpd) em 2026, mantendo uma taxa de crescimento semelhante à de 2025, disse o grupo produtor na quarta-feira.
A previsão para 2026 se alinha com a visão da OPEP de que a demanda por petróleo continuará aumentando pelas próximas duas décadas. Isso contrasta com a AIE, que espera que a demanda atinja o pico nesta década, à medida que o mundo muda para uma energia mais limpa.
O mercado também encontrou algum suporte na queda nos estoques de petróleo bruto dos EUA na semana passada, disseram fontes do mercado, citando números do Instituto Americano de Petróleo (API) na terça-feira.
Os estoques de petróleo bruto caíram 2,6 milhões de barris na semana passada, enquanto os estoques de gasolina aumentaram 5,4 milhões de barris e os de destilados subiram 4,88 milhões de barris, disseram fontes da API.
Uma pesquisa da Reuters descobriu que analistas esperavam que os estoques de petróleo bruto dos EUA tivessem caído em cerca de 1 milhão de barris na semana encerrada em 10 de janeiro. Os dados de estoque da Energy Information Administration (EIA) devem ser divulgados às 10h30 EST (15h30 GMT).
Na terça-feira, a EIA reduziu sua previsão para a demanda global em 2025 para 104,1 milhões de barris por dia (bpd), enquanto espera que o fornecimento de petróleo e combustível líquido tenha uma média de 104,4 milhões de bpd.
A previsão é que o petróleo Brent caia 8%, para uma média de US$ 74 o barril em 2025, e caia ainda mais para US$ 66 em 2026, enquanto o WTI deve ter uma média de US$ 70 em 2025, caindo para US$ 62 em 2026.
Matéria publicada na Reuters, no dia 15/01, às 7:08 (horário de Brasília)
