Gasolina vai subir? Veja como conflito no Oriente Médio pode encarecer combustíveis no Brasil
Após o Irã lançar mísseis contra Israel, os preços do petróleo chegaram a disparar 5% nesta terça-feira (1º).
O cenário acende um alerta no Brasil em relação ao encarecimento da gasolina nas bombas, já que a cotação do petróleo no mercado global é parte da equação para a formulação dos preços no país.
Para Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, se o petróleo subir muito, pode impactar no preço da gasolina, diesel e gás de cozinha.
“No governo Lula, o barril tem ficado controlado. Temos que acompanhar o que vai acontecer, mas pelo que o presidente fala, mesmo que subir lá fora, ele vai tentar segurar o máximo possível”, diz.
Mas, segundo o economista, se segurar muito, há a possibilidade da Petrobras ter prejuízos.
“Se soltar os preços, vai ter impacto na inflação da gasolina e do diesel. Mas, a tendência é que o governo segure os preços, a princípio”, pontua.
Na visão do estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, ainda é muito cedo para avaliar se esse conflito no Oriente Médio pode impactar no preço da gasolina nos postos do Brasil.
“Temos que acompanhar, ver se não será algo como nas últimas vezes, em que o impacto foi apenas no dia em que estourou um ataque. Mas, isso poderia fazer a Petrobras manter os preços mais elevados, ou até subir”, ressalta.
Esse cenário, segundo Cruz, pode encarecer o combustível para o brasileiro. Em consequência, outros itens devem ser impactados.
“Como tudo é transportado até o consumidor final, acaba puxando outros preços para cima também. Acredito que isso só ocorreria se o preço internacional do petróleo subir bem mais”, disse.
Entretanto, Pires ressalta que, atualmente, o Brasil é um grande exportador de petróleo, logo atrás do Irã. Sob a ótica de exportação, a alta do barril favorece o país.
“Ao mesmo tempo que o barril subindo é problema de inflação, o petróleo é o principal produto da nossa balança comercial. Então, se ficar caro no mercado internacional, o Brasil arrecada muito mais hoje”, observa o economista.
Matéria publicada pela CNN Brasil no dia 01/10/2024, às 16h42 (horário de Brasília)