Governo Trump considera possível redução de tarifas antes de negociações com a China
O governo Trump está considerando uma redução significativa nas elevadas tarifas sobre a China antes das esperadas discussões entre representantes de Washington e Pequim neste fim de semana, segundo a Bloomberg News.
Com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o principal negociador comercial, Jamieson Greer, programados para se reunir com seus homólogos chineses na Suíça no sábado e domingo, os EUA estabeleceram uma meta de reduzir as tarifas para menos de 60%, informou a Bloomberg, citando pessoas familiarizadas com os preparativos para as negociações.
Caso haja progresso nos dois dias de conversas, essas reduções poderiam ser implementadas já na próxima semana, embora as discussões ainda devam ser de natureza exploratória e focadas em queixas em vez de buscar soluções, acrescentou a Bloomberg.
A agência de notícias disse que a situação é fluida e não há garantia de que as tarifas serão reduzidas no curto prazo.
Autoridades da Casa Branca também estão interessadas em garantir a remoção das restrições chinesas à exportação de terras raras usadas na fabricação de ímãs, especialmente porque diversos setores enfrentam possíveis interrupções, disse a Bloomberg.
Conversas separadas também podem ocorrer em breve sobre o fentanil, o opioide que tem sido um dos motivos para Trump impor novas tarifas à segunda maior economia do mundo, observou o relatório. Trump pediu a Pequim que faça mais para conter o fluxo dos ingredientes usados na fabricação da droga, responsável por um recente aumento nas mortes por overdose nos EUA.
Crucialmente, a China foi omitida da decisão de Trump de pausar tarifas “recíprocas” elevadas sobre dezenas de países no mês passado, e agora enfrenta tarifas americanas de pelo menos 145%. Pequim respondeu com suas próprias tarifas recíprocas de 125%, gerando preocupações sobre um conflito comercial intensificado entre as duas maiores economias do mundo.
Muitos economistas alertaram que as tarifas podem prejudicar o crescimento global, enquanto várias empresas indicaram que a incerteza em torno da agenda tarifária de Trump tornou mais difícil planejar investimentos futuros.
Trump sugeriu na quinta-feira que as esperadas discussões em Genebra serão substantivas, acrescentando que espera que as tarifas elevadas eventualmente sejam reduzidas. O secretário de Comércio, Howard Lutnick, também disse à CNBC que a “desescalada” será considerada um “bom resultado” por Trump e é um “objetivo” de Bessent.
O vice-ministro das Relações Exteriores da China disse que o país tem total confiança de que pode lidar com questões comerciais com os EUA, acrescentando que a natureza draconiana da agenda tarifária do governo Trump não pode ser sustentada. Pequim anteriormente acusou os EUA de usar as tarifas como uma tática de “coerção”.
Matéria publicada na Investing.com, no dia 09/05/2025, às 05:25 (horário de Brasília)