Grupo de 20 países, com Brasil, cobra resposta global à ofensiva de Israel

Um grupo de 20 países, incluindo o Brasil, França, Reino Unido, Alemanha, Egito e Arábia Saudita, se reuniu domingo (25) em Madri com o objetivo de intensificar a pressão internacional sobre Israel para encerrar a ofensiva militar em Gaza. A iniciativa, liderada pela Espanha, também colocou em pauta possíveis sanções contra o governo israelense e reforçou o apelo pelo reconhecimento do Estado da Palestina.

Representando o Brasil, o chanceler Mauro Vieira participou do encontro e defendeu ações concretas da comunidade internacional. “O reconhecimento do Estado da Palestina e sua admissão como membro pleno da ONU são passos indispensáveis para a implementação da solução de dois Estados”, declarou Vieira, segundo nota do Itamaraty. O ministro também cobrou uma resposta global à crise humanitária em Gaza.

O encontro reuniu representantes de países europeus e do Oriente Médio, além de organismos como a Liga Árabe e a Organização de Cooperação Islâmica. Também participaram Noruega, Islândia, Irlanda, Eslovênia, Turquia, Jordânia e Marrocos.

A articulação ocorre em meio à intensificação das operações militares de Israel na Faixa de Gaza, iniciadas em outubro de 2023 após um ataque do Hamas que matou 1.218 pessoas em território israelense. Desde então, mais de 53.939 palestinos morreram, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, número considerado confiável pela ONU.

Desde março, Israel impõe um bloqueio total à região, gerando escassez de comida, água e medicamentos. ONGs relataram entrada recente de caminhões com ajuda humanitária, mas as restrições permanecem severas.

Antes do início da reunião, o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, declarou que “devemos considerar sanções” e que a ajuda humanitária deve entrar “massivamente, sem condições e sem limites”. Para Albares, a guerra é uma “ferida aberta” que precisa ser interrompida.

O movimento coordenado de países marca uma resposta diplomática ampliada à escalada do conflito. No sábado (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia condenado os ataques de Israel após um bombardeio que matou nove filhos de uma médica palestina. “O que vemos em Gaza hoje é vingança”, afirmou o presidente em nota oficial.

Matéria publicada no portal InfoMoney, no dia 26/05/2025, às 08:00 (horário de Brasília)