Haddad: Alckmin teve conversa com Lutnick e Brasil prosperará em negociação com EUA
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira que o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, teve uma terceira e longa conversa com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e afirmou que o Brasil prosperará nas negociações comerciais com os EUA.
Haddad disse a jornalistas em Brasília que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não está fixado em uma data para concluir as conversas com Washington, dias antes da entrada em vigor de uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras para os EUA, afirmando que a preocupação com um prazo poderia inibir as negociações.
O ministro da Fazenda também afirmou, nesta segunda-feira, 28, que o Brasil não pode se deter “diante de qualquer tipo de ameaça, interna ou externa”. Embora sem menção explícita, a declaração foi vista como referência ao tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros, previsto para vigorar a partir desta sexta-feira, 1º de agosto, daqui a quatro dias.
“Não podemos nos deter diante de qualquer tipo de ameaça, interna ou externa. Nós temos que trabalhar juntos, construir juntos as saídas necessárias para o Brasil continuar crescendo”, disse. Em seguida, ele afirmou que o País “pode e vai crescer a uma média de 3% ao ano”.
“Nós já fizemos o próprio FMI reconsiderar o nosso PIB potencial, que quando nós assumimos era estimado em 1,5% de crescimento ao ano. O próprio FMI já reconhece que o nosso PIB potencial é de 2,5% e nós achamos pouco para o potencial da economia brasileira”.
Acredita Exportação
As declarações do ministro foram dadas durante cerimônia de sanção do projeto de lei que cria o programa “Acredita Exportação”, focado na atuação das micro e pequenas empresas no mercado internacional.
O programa antecipa os benefícios da reforma tributária sobre o consumo, com a eliminação da cumulatividade que hoje encarece as exportações brasileiras.
A medida prevê a restituição de um porcentual de 3% sobre as receitas de vendas ao exterior realizadas por micro e pequenas empresas – valor que corresponde a uma estimativa do resíduo tributário acumulado ao longo da cadeia. A devolução poderá ser feita por meio de compensação com outros tributos devidos pela empresa ou por ressarcimento direto.
“Aqui é uma demonstração do vice-presidente Alckmin em relação às pequenas empresas. É uma medida que antecipa em um ano e meio algo que vai entrar em vigor em 2027 para todo o Brasil. Investimentos e exportações 100% desoneradas de tributos, para o Brasil continuar crescendo”, elogiou Haddad.
“Vocês imaginem o efeito da antecipação dessas medidas para agora que podem ser acompanhadas, inclusive, pelos governadores para favorecer as pequenas empresas e para favorecer o grande exportador que não via reconhecido o seu crédito tributário no que diz respeito a serviços”, completou o ministro.
Ele também indicou que, junto com a medida sancionada hoje, há outras ações no pipeline, com a antecipação da reforma tributária para outros setores da economia, “para que nós já possamos colher os frutos dessa grande reforma”.
Matéria publicada no portal InfoMoney, no dia 29/07/2025, às 09:07 (horário de Brasília)