Haddad diz que estímulo fiscal é “erro” diante da questão monetária

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta 3ª feira (8.abr.2025) considerar um “erro” haver estímulo fiscal diante da política monetária restritiva. O chefe da equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lembrou a chegada ao governo e comparou o patamar da taxa de juros –que estava em 13,75% ao ano em janeiro de 2023– com o atual. Hoje, a Selic está em 14,25% ao ano.

“O que eu estou querendo fazer ver é que a situação atual lembra um pouco a da posse. Nós estávamos com o juro alto em 13,75%, e eu disse o seguinte: ‘Eu vejo o estímulo fiscal como um erro diante da questão monetária. Vejo mais espaço para manter o crescimento do PIB no eixo monetário do que no eixo fiscal. Se eu puder, eu vou tirar o impulso fiscal”, disse.

A declaração foi dada durante participação em painel no Brazil Investment Forum, evento organizado pelo Bradesco BBI. O estímulo fiscal se dá quando o governo toma medidas para alavancar a economia. Estão entre as possíveis ações:

  • expansão dos gastos;
  • corte de tributos.

Com essas iniciativas, busca elevar o consumo, a produção, criar empregos e aumentar salários. No entendimento de Haddad, o BC (Banco Central) começaria a baixar os juros em algum momento.

A autoridade monetária brasileira deu início a um ciclo de cortes em agosto de 2023 e que foi concluído em maio de 2024 –com a Selic a 10,5% ao ano.

Haddad também negou que medidas como os programas Crédito do Trabalhador (consignado para quem tem carteira assinada) e o Desenrola –para renegociação de dívidas– foram pensadas para estimular a economia.

“Em nenhum momento, nós pensamos em arrecadar mais ou menos ou fazer mais estímulos”, declarou.

Matéria publicada no portal Poder360, no dia 08/04/2025, às 19:06 (horário de Brasília)