Haddad planeja saída da Fazenda até março e quer Durigan como substituto, diz jornal

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, discute nos bastidores a possibilidade de antecipar sua saída do governo Lula, antes do prazo final de desincompatibilização exigido pela legislação eleitoral. A informação havia sido adiantada pelo jornal O Globo.

A avaliação interna, segundo apuração da Folha de S. Paulo, é de que o movimento pode ocorrer já no início de 2026, abrindo caminho para uma transição planejada no comando da área econômica.

Auxiliares do presidente relatam ao jornal que Haddad trabalha com o mês de fevereiro como referência. O ministro quer acompanhar a implementação efetiva da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, uma das principais apostas de sua gestão.

Embora a medida passe a valer em janeiro, o impacto prático deve aparecer nos salários a partir de fevereiro, o que reforça a ideia de encerrar o ciclo após a materialização do benefício.

Haddad confirmou publicamente que deixará o cargo, sem cravar uma data exata. Disse apenas que a saída deve ocorrer “um pouco antes de março”. No entorno do ministro, a leitura é de que ele considera cumprida a missão à frente da Fazenda, após conduzir a agenda fiscal e tributária do governo ao longo de quase três anos.

Segundo a apuração, para o lugar, o nome mais citado é o do secretário-executivo Dario Durigan. Braço direito de Haddad, ele se consolidou como principal articulador político da Fazenda no Congresso e manteve interlocução direta com o Planalto em negociações sensíveis da pauta econômica. Durigan assumiu o posto em 2023, após a saída de Gabriel Galípolo, hoje presidente do Banco Central.

No campo eleitoral, Haddad tem descartado disputar cargos em 2026, como o governo de São Paulo ou o Senado, apesar das pressões internas do PT. Dirigentes do partido defendem um palanque robusto para Lula no estado, mas o ministro sinaliza preferência por outro papel no próximo ciclo.

Haddad tem manifestado disposição para atuar na coordenação da campanha de reeleição de Lula, especialmente na elaboração do programa de governo. Há também quem veja espaço para que ele assuma a Casa Civil em um eventual rearranjo ministerial, hoje sob o comando de Rui Costa.

Matéria publicada no portal InfoMoney, no dia 16/12/2025, às 08:31 (horário de Brasília)