Inflação oficial acelera em fevereiro e atinge maior índice para o mês desde 2003
A inflação oficial do país acelerou para 1,31% em fevereiro e alcançou o maior índice para o mês desde 2003, quando variou 1,57%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) teve um aumento de 1,15 ponto percentual em relação a janeiro, quando variou 0,16%.
No ano, o IPCA acumula alta de 1,47% e, nos últimos 12 meses, o índice ficou em 5,06%, acima dos 4,56% dos 12 meses imediatamente anteriores.
Em fevereiro de 2024, a variação havia sido de 0,83%.
Os bens e serviços ligados à educação (4,7%) puxaram inflação oficial, já que habitualmente ocorrem os reajustes de preços de matrículas e mensalidades da pré-escola e ensino fundamental e médio em fevereiro.
Porém, a principal vilã da disparada dos preços no mês passado foi a energia elétrica residencial, que está 16,8% mais cara. Esse reajuste no valor do serviço vem depois de uma queda de 14,21% em janeiro, graças a um bônus repassado pela Usina de Itaipu à conta dos brasileiros.
No grupo educação (4,7%), a maior contribuição veio dos cursos regulares (5,69%), por conta dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo. As maiores variações vieram do ensino fundamental (7,51%), do ensino médio (7,27%) e da pré-escola (7,02%).
Comida mais cara
No grupo alimentação e bebidas (0,7%), a alimentação no domicílio subiu 0,79% em fevereiro, mostrando desaceleração em relação a janeiro (1,07%). Contribuíram para esse resultado as altas do ovo de galinha (15,39%) e do café moído (10,77%).
No lado das quedas destacam-se a batata-inglesa (-4,1%), o arroz (-1,61%) e o leite longa vida (-1,04%).
A alimentação fora do domicílio (0,47%) também desacelerou em relação ao mês de janeiro (0,67%), com os subitens lanche (0,66%) e refeição (0,29%) mostrando variações inferiores às observadas no mês anterior (0,94% e 0,58%, respectivamente).
Combustível em alta
No grupo dos transportes (0,61%), o resultado foi influenciado pelo aumento nos combustíveis (2,89%):
- óleo diesel (4,35%)
- etanol (3,62%)
- gasolina (2,78%)
Apenas o gás veicular (-0,52%) apresentou redução.
Por região
Quanto aos índices regionais, a maior variação ocorreu em Aracaju (1,64%), influenciada pela alta da energia elétrica residencial (19,2%) e da gasolina (3,29%). A menor variação ocorreu em Fortaleza (1,03%), por conta do recuo de passagens aéreas (-18,56%) e da gasolina (-3,31%).
Moradores de Campo Grande, Curitiba, Belém, Vitória, São Luís, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Brasília e Belo Horizonte também sentiram impacto mais forte dos preços em fevereiro, já que tiveram reajustes acima ou igual à média brasileira.
Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 30 de janeiro de 2025 a 26 de fevereiro de 2025 (referência) com os preços vigentes no período de 28 de dezembro de 2024 a 29 de janeiro de 2025 (base).
Matéria publicada no portal R7, no dia 12/03, às 09:00 (horário de Brasília)