IPCA sobe 0,24% em junho; energia elétrica avança e alimentos recuam
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,24% em junho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (10), saltando/recuando 0,02 ponto percentual (p.p.) em relação a abril (0,26%). No acumulado de 2025, a inflação soma 2,99% e, em 12 meses, chega a 5,35%.
O dado veio ligeiramente acima do esperado. De acordo com a mediana das estimativas de economistas consultados pela Reuters, a projeção era de uma taxa mensal de 0,20% em junho, acumulando em 12 meses avanço de 5,32%.
A energia elétrica residencial foi o item de maior impacto individual no mês, com alta de 2,96% e contribuição de 0,12 ponto percentual (p.p.) no índice geral. A mudança para a bandeira tarifária vermelha patamar 1 e reajustes regionais influenciaram esse aumento. Em Belo Horizonte, por exemplo, houve reajuste de 8,57% desde 28 de maio.
“O principal impacto positivo individual no semestre foi da energia elétrica, com alta de 6,93%”, afirmou Fernando Gonçalves, gerente do IPCA, destacando que essa é a maior variação para um primeiro semestre desde 2018.
Por outro lado, o grupo Alimentação e bebidas recuou 0,18%, primeira queda em nove meses, contribuindo com -0,04 p.p. para o índice. A alimentação no domicílio caiu 0,43%, influenciada por itens como ovo de galinha (-6,58%), arroz (-3,23%) e frutas (-2,22%).
A inflação do grupo Transportes foi de 0,27%, com impacto de 0,05 p.p., puxada principalmente pelo transporte por aplicativo (13,77%) e conserto de automóveis (1,03%), apesar da queda nos combustíveis (-0,42%).
Outros grupos que registraram alta foram Habitação (0,99% e impacto de 0,15 p.p.), Vestuário (0,75%), Saúde e cuidados pessoais (0,07%), Despesas pessoais (0,23%) e Comunicação (0,11%). Educação ficou estável (0,00%) e Artigos de residência subiram 0,08%.
Entre os serviços, o IPCA acelerou de 0,18% em maio para 0,40% em junho. Já os preços monitorados desaceleraram de 0,70% para 0,60%.
Em nível regional, a maior alta foi registrada em Rio Branco (0,64%), influenciada por aumento no preço de ingressos culturais e da energia elétrica. Campo Grande teve a menor variação, com queda de 0,08%, impactada pela retração nos preços das frutas e da gasolina.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias de menor renda, teve alta de 0,23% em junho. A taxa acumulada no ano é de 3,08%, e nos últimos 12 meses, 5,18%.
Matéria publicada no portal InfoMoney, no dia 10/07/2025, às 09:01 (horário de Brasília)