Mercado do petróleo oscila com incertezas no Oriente Médio e expectativas de estímulos na China
Os preços do petróleo estavam a caminho de um ganho semanal de quase 3% na manhã desta sexta-feira, com uma leve alta no mercado enquanto os investidores permanecem cautelosos diante das tensões no Oriente Médio, antes da retomada das conversas de cessar-fogo em Gaza, planejada para os próximos dias.
Os futuros do Brent subiram 76 centavos, ou 1,02%, para US$ 75,14 o barril. O West Texas Intermediate dos EUA aumentou 77 centavos, ou 1,1%, para US$ 70,96.
Ambos os benchmarks oscilaram esta semana, subindo na segunda e terça-feira antes de caírem na quarta e quinta, principalmente devido às expectativas de aumento ou redução do risco no Oriente Médio.
“A incerteza faz com que os investidores sejam pragmáticos de maneira compreensível e justificável”, disse John Evans, analista da PVM. “Os temores de interrupções na oferta diminuíram, mas, com certeza, ainda estão presentes.”
Os investidores aguardam a resposta de Israel ao ataque de mísseis iraniano ocorrido em 1º de outubro. A resposta pode envolver ataques à infraestrutura petrolífera de Teerã, embora relatos da mídia na semana passada indiquem que Israel optaria por alvos militares em vez de nucleares ou petrolíferos.
Autoridades dos EUA e de Israel devem retomar as conversas para um cessar-fogo e a liberação de reféns em Gaza nos próximos dias.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou na quinta-feira que os Estados Unidos não desejam uma campanha israelense prolongada no Líbano, enquanto a França pediu um cessar-fogo e a ênfase na diplomacia.
Os investidores também aguardam maior clareza sobre as políticas de estímulo da China, embora analistas não esperem que tais medidas proporcionem um aumento significativo na demanda por petróleo.
Na quinta-feira, o Goldman Sachs manteve sua previsão de preços do petróleo inalterada, entre US$ 70 e US$ 85 por barril de Brent para 2025, esperando que o impacto de qualquer estímulo chinês seja modesto em comparação com fatores maiores, como o fornecimento de petróleo do Oriente Médio.
O Bank of America prevê que o Brent atinja em média US$ 75 por barril em 2025, caso os cortes de produção da OPEP+ não sejam revertidos no próximo ano, conforme afirmou em nota nesta sexta-feira.
“Os participantes do mercado permanecem divididos entre os riscos de oferta devido à situação tensa no Oriente Médio e as preocupações com a demanda”, disseram analistas do Commerzbank.
Matéria publicada pela Reuters no dia 25/10/2024, às 09h27 (horário de Brasília)