O apagão na ANP após os cortes no orçamento

Diante dos sucessivos cortes orçamentários que têm afetado as agências reguladoras, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis anunciou nesta quarta-feira mais uma medida de contenção de gastos: a partir de 28 de julho, o Protocolo do escritório central da ANP, no Rio de Janeiro, passará a funcionar uma hora a menos por dia, até as 17h. Atualmente, o serviço de recebimento de documentos funciona das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira.

Internamente, o arrocho para manter as atividades do órgão é bem mais drástico. Os servidores receberam uma comunicação nesta manhã informando que o expediente presencial em todo o Escritório Central da ANP passará a se encerrar às 17h, “com o desligamento das luzes e do ar-condicionado”.

Diz o aviso:

“As chefias deverão orientar os colaboradores para que cheguem em horário hábil para cumprimento de toda a sua jornada até 17h”.

E pior: com exceção de três andares (12º, 15º e 21º), o escritório ficará fechado três vezes por semana, às segundas, terças e sextas-feiras.

As equipes dos andares que não funcionarão nesses dias deverão trabalhar em home office, podendo ir à sede da ANP nas quartas e quintas, apenas até as 17h.

Servidores do órgão regulador estão preocupados com os próximos impactos decorrentes do corte no orçamento da agência, que já foi responsável pela suspensão do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis e pela redução da atividade de levantamento de preços dos combustíveis.

Entre 2013 e 2024, a ANP sofreu uma redução orçamentária de 82%, passando de R$ 749 milhões (valor corrigido pela inflação) para R$ 134 milhões. Neste ano, um novo corte no final de maio limitou as despesas discricionárias da agência para R$ 105,7 milhões.

Matéria publicada no Globo, no dia 16/07/2025, às 14:01 (horário de Brasília)