O petróleo amplia a queda em 2%, enquanto os EUA pressionam por um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia
Os preços do petróleo caíram quase 2% na sexta-feira, estendendo as quedas pela terceira sessão consecutiva, enquanto os Estados Unidos pressionavam por um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia que poderia aumentar a oferta global, e a incerteza sobre as taxas de juros restringia o apetite dos investidores por risco.
Os contratos futuros do petróleo Brent caíram US$ 1,02, ou 1,6%, para US$ 62,36 o barril às 09:00 (horário de Brasília). O petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA recuou 1,9%, ou US$ 1,10, para US$ 57,90.
Ambos os contratos devem registrar quedas de mais de 3% na semana, anulando os ganhos da semana passada.
O sentimento do mercado tornou-se pessimista à medida que Washington pressionava por um plano de paz entre a Ucrânia e a Rússia para pôr fim à guerra de três anos, enquanto as sanções contra a produtora de petróleo russa Rosneft e Lukoil entrarão em vigor na sexta-feira.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy disse que trabalharia com Washington em um plano para pôr fim à guerra.
“Com a notícia das negociações surgindo justamente quando as sanções americanas contra as duas maiores empresas petrolíferas da Rússia devem entrar em vigor hoje, os mercados de petróleo viram algum alívio em relação aos riscos para o fornecimento de petróleo russo”, disse Jim Reid, diretor-gerente do Deutsche Bank.
No entanto, um acordo de paz pode estar longe de ser alcançado.
“Um acordo está longe de ser certo”, disseram analistas do ANZ em nota aos clientes, acrescentando que Kiev rejeitou repetidamente as exigências da Rússia como inaceitáveis.
“O mercado também está se tornando cético quanto à eficácia das últimas restrições impostas às empresas petrolíferas russas Rosneft e Lukoil”, disseram os analistas.
A Lukoil tem até 13 de dezembro para vender seu enorme portfólio internacional.
A valorização do dólar também estava pressionando os preços do petróleo, com a moeda a caminho de registrar sua melhor semana em mais de um mês, devido às expectativas dos investidores de que o Federal Reserve dos EUA provavelmente não cortará as taxas de juros no próximo mês.
O analista da OANDA, Kelvin Wong, afirmou que a ferramenta FedWatch da CME mostra que as chances de um corte na taxa de juros em dezembro foram significativamente reduzidas para 35%, ante cerca de 90% há um mês.
Matéria publicada na Reuters, no dia 21/11/2025, às 06:06 (horário de Brasília)