O petróleo cai enquanto os comerciantes digerem o alívio tarifário de Trump e o dólar mais forte

Os preços do petróleo caíram na terça-feira, enquanto investidores avaliavam os planos do presidente dos EUA, Donald Trump, de aplicar novas tarifas mais tarde do que o esperado, ao mesmo tempo em que aumentava a produção de petróleo e gás nos Estados Unidos.

Os futuros do petróleo Brent caíram US$ 1,52, ou 1,9%, a US$ 78,63 por barril às 11:06 (horário de Brasília). Os futuros do petróleo West Texas Intermediate dos EUA caíram US$ 2,14, ou 2,8%, a US$ 75,74. Não houve liquidação no mercado dos EUA na segunda-feira devido a um feriado público.

O que pressionou os preços na terça-feira foi o dólar americano mais forte, o que torna o petróleo mais caro para detentores de outras moedas.

“A fraqueza atual provavelmente está relacionada a Trump e ao dólar”, disse o analista da PVM, Tamas Varga.

O dólar se recuperou após os comentários de Trump sobre a imposição de tarifas contra o México e o Canadá, acrescentou Varga, observando que sua força está impactando negativamente os preços do petróleo.

Trump disse que estava pensando em impor tarifas de 25% sobre as importações do Canadá e do México a partir de 1º de fevereiro, em vez de em seu primeiro dia no cargo, como prometido anteriormente.

“A sensação inicial de alívio de que as medidas comerciais não eram um foco imediato no ‘Dia 1’ de Trump foi rapidamente compensada por relatos de tarifas de 25% sobre o México e o Canadá já em fevereiro, o que fez com que os sentimentos de risco mudassem”, disse Yeap Jun Rong, estrategista de mercado da IG.

Trump não impôs nenhuma nova medida comercial abrangente logo após sua posse na segunda-feira, mas disse às agências federais para investigarem práticas comerciais desleais de outros países.

O presidente dos EUA também disse que sua administração “provavelmente” pararia de comprar petróleo da Venezuela. Os EUA são o segundo maior comprador de petróleo venezuelano, depois da China.

Trump também prometeu reabastecer reservas estratégicas, uma medida que pode ser positiva para os preços do petróleo ao aumentar a demanda por petróleo bruto dos EUA.

Também pesando nos preços na terça-feira estava o potencial fim da interrupção do transporte no Mar Vermelho. Os Houthis do Iêmen disseram na segunda-feira que limitarão seus ataques a embarcações comerciais a navios ligados a Israel, desde que o cessar-fogo em Gaza seja totalmente implementado.

“A reabertura do Canal de Suez criará uma abundância de oferta em curto prazo, devido aos tempos de viagem mais curtos, e isso também pode pesar nos preços em curto prazo”, disse o analista do Saxo Bank, Ole Hansen.

Matéria publicada na Reuters, no dia 21/01, às 10:19 (horário de Brasília)