O petróleo ignora o aumento maior da OPEP+, com o mercado apertado fornecendo suporte
O petróleo minimizou na segunda-feira o impacto do aumento da produção da OPEP+ mais do que o esperado para agosto, bem como a preocupação com o potencial impacto das tarifas dos EUA, com os preços revertendo perdas iniciais, com um mercado físico apertado dando suporte.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, um grupo conhecido como OPEP+, concordaram no sábado em aumentar a produção em 548.000 barris por dia em agosto, mais do que os aumentos de 411.000 bpd feitos nos três meses anteriores.
Os contratos futuros do petróleo Brent chegaram a US$ 67,22 o barril, mas às 07:00 (horário de Brasília) subiam 40 centavos, ou 0,6%, para US$ 68,70. O petróleo bruto West Texas Intermediate, dos EUA, estava em US$ 67,04, alta de 4 centavos, acima da mínima anterior de US$ 65,40.
“Por enquanto, o mercado de petróleo continua aquecido, sugerindo que pode absorver barris adicionais”, disse o analista do UBS, Giovanni Staunovo.
A decisão da OPEP+ trará quase 80% dos cortes voluntários de 2,2 milhões de bpd de oito produtores da OPEP de volta ao mercado, disseram analistas do RBC Capital, liderados por Helima Croft, em nota.
No entanto, o aumento real da produção foi menor do que o planejado até agora e a maior parte do fornecimento veio da Arábia Saudita, acrescentaram.
Em uma demonstração de confiança sobre a demanda por petróleo, a Arábia Saudita aumentou no domingo o preço de agosto do seu principal petróleo bruto, o Arab Light, para uma alta de quatro meses na Ásia.
Analistas do Goldman esperam que a OPEP+ anuncie um aumento final de 550.000 bpd para setembro na próxima reunião em 3 de agosto.
O petróleo também sofreu pressão, com autoridades americanas sinalizando um atraso na aplicação das tarifas, mas sem fornecer detalhes sobre as mudanças nas taxas que serão impostas. Os investidores estão preocupados que tarifas mais altas possam desacelerar a atividade econômica e a demanda por petróleo.
“As preocupações com as tarifas de Trump continuarão a ser o tema geral no segundo semestre de 2025, com a fraqueza do dólar sendo o único suporte para o petróleo por enquanto”, disse Priyanka Sachdeva, analista sênior de mercado da Phillip Nova.
Matéria publicada na Reuters, dia 07/07/2025, às 04:45 (horário de Brasília)