O petróleo sobe ligeiramente com o arrefecimento dos receios de excesso de oferta, apesar da fraca procura

Os preços do petróleo recuperaram um pouco de terreno nesta quinta-feira, impulsionados pela diminuição das preocupações com um possível excesso de oferta, à medida que as sanções contra empresas russas começam a surtir efeito.

Após fechar a sessão anterior em mínimas de duas semanas, os contratos futuros do petróleo Brent subiram 47 centavos, ou 0,7%, para US$ 63,99 o barril às 10:00 (horário de Brasília), enquanto os contratos futuros do petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA subiram 51 centavos, ou 0,9%, para US$ 60,11.

As últimas sanções impostas às maiores empresas petrolíferas da Rússia, há duas semanas, estão gerando preocupações quanto a possíveis interrupções no fornecimento, apesar do aumento da produção da OPEP e seus aliados, disseram analistas.

As operações da Lukoil em seus negócios no exterior estão enfrentando dificuldades devido às sanções, informou a Reuters esta semana .

“Há um pequeno impacto nos preços (devido às sanções), mas não é enorme”, disse Jorge Montepeque, do Onyx Capital Group. “Com base nos números, deveria ser maior, mas o mercado ainda precisa ser convencido de que haverá impacto.”

Os preços globais do petróleo caíram pelo terceiro mês consecutivo em outubro, devido a temores de excesso de oferta, com a OPEP e seus aliados aumentando a produção, enquanto a produção de países não pertencentes à OPEP também continua crescendo.

O plano do grupo OPEP+ de suspender novos aumentos de produção no primeiro trimestre do próximo ano contribuiu para aliviar as preocupações com o excesso de oferta, afirmou a Haitong Securities.

A fraqueza da demanda, no entanto, continua sendo o foco. No ano até 4 de novembro, a demanda global de petróleo aumentou em 850.000 barris por dia, abaixo dos 900.000 barris por dia projetados anteriormente pelo JP Morgan, informou o banco em uma nota para clientes.

“Indicadores de alta frequência sugerem que o consumo de petróleo nos EUA permanece moderado”, diz a nota, apontando para a fraca atividade de viagens e a queda nos embarques de contêineres.

Na sessão anterior, os preços do petróleo caíram depois que a Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA) informou que os estoques de petróleo bruto dos EUA aumentaram em 5,2 milhões de barris, atingindo 421,2 milhões de barris na semana passada.

“Acreditamos que a pressão de baixa sobre os preços do petróleo prevalecerá, corroborando nossa previsão, abaixo do consenso, de US$ 60 por barril até o final de 2025 e de US$ 50 por barril até o final de 2026”, afirmou a Capital Economics em nota.

A Arábia Saudita, maior exportadora de petróleo do mundo, reduziu drasticamente os preços do seu petróleo bruto para compradores asiáticos em dezembro, em resposta a um mercado bem abastecido, à medida que os produtores da OPEP+ aumentam a produção.

Matéria publicada na Reuters, no dia 06/11/2025, às 07:07 (horário de Brasília)